Atualmente, a nação lusa é um polo de atração no setor dos videojogos. Existem cerca de 80 estúdios de desenvolvimento de videojogos em Portugal, sendo que o volume de negócios para este ano está estimado em 365 milhões de euros (informação da empresa Statista).
O número de jogadores em território nacional chegará a 3,24 milhões até 2027. Indicadores muito interessantes para a realidade do um país com apenas dez milhões de habitantes. Europa é o segundo maior mercado para os fabricantes de videojogos. Em 2024, o aumento de jogadores nos países do Velho Continente será de 4,8%, segundo as previsões, alcançando assim os 430 milhões de jogadores ativos.
Em todo o mundo, 3,5 mil pessoas jogam videogames em consolas, computadores e dispositivos móveis, sendo este último o maior segmento, que representa 74% das receitas globais. O mercado mundial dos videojogos tem uma receita projetada em 2023 na ordem dos €375 mil milhões. Só os jogos mobile geram um volume de mercado de quase €280 mil milhões.
A propósito, a Associação de Produtores de Videojogos Portugueses (APVP) está a liderar uma transformação notável na indústria portuguesa. Fundada em 2021 por alguns dos players mais séniores da indústria de videojogos em Portugal, a APVP conta com dezessete membros, de diferentes dimensões, e tem como missão a promoção do setor tanto a nível nacional como internacional. Juntamente com nomes influentes de desenvolvedores, como Ground da Control Studios e Miniclip, querem estimular essa tendência de mercado, unindo esforços para fortalecer o segmento local e atrair multinacionais de renome.
Jeferson Valadares, presidente da APVP, afirmou: “Tendo em conta a solidez do mercado global de videojogos, a grande prioridade da Associação é criar um ecossistema robusto; condições que fomentem o desenvolvimento de startups, pequenas e médias empresas e atrair multinacionais que pretendam estabelecer os seus escritórios em Portugal. Neste momento, a indústria, apesar de pequena, é bastante heterogénea. Portugal tem um talento abundante, em grande expansão e com um valor de mercado promissor. Essas características tornam o país um cenário perfeito para o florescimento do setor e das empresas de tecnologia”.
Além disso, a ideia é ajudar ao surgimento de empreendedores com novas soluções para a indústria. Em simultâneo, a APVP está a estabelecer contatos com firmas internacionais de jogos e associações congéneres em mercados estratégicos, visando trazer empresas e profissionais do setor para Portugal.
A Associação enfrenta desafios importantes, incluindo a necessidade de apoio governamental específico para impulsionar a produção de videojogos como uma forma de expressão cultural e um negócio formidável. “Em Portugal, ainda não existem apoios públicos específicos de natureza fiscal ou financeira para o setor dos videojogos. Enquanto os benefícios fiscais, como o SIFIDE, podem auxiliar na investigação e desenvolvimento para a indústria. É fundamental implementar mais medidas de suporte para fomentar a criação de videojogos como produção cultural. Observamos que outros Estados-membros da União Europeia oferecem incentivos como tax-credits ou subsídios para os produtores de videojogos, algo que consideramos importante para o setor em Portugal, pois a carga fiscal atual impede estúdios de maior dimensão de contratar profissionais mais séniores, reduzindo a competitividade das empresas. Além disso, a criação de programas estatais, como bolsas para jovens criadores que iniciam as suas empresas, tem sido implementada com resultados promissores em outros países da EU”, ele reflete.
Finalmente, Valadares expressa: “O nosso objetivo na APVP é capacitar as empresas de jogos para libertarem todo o seu potencial e aumentarem a sua competitividade no ecossistema global. Os avanços tecnológicos estão a abrir novas possibilidades para os desenvolvedores de jogos criarem experiências mais envolventes, quer no mobile, quer em jogos na cloud e de Realidade Virtual”.