Uma marca registada da empresa espanhola Bidluck S.A., com sucursal em Portugal para operar jogos de casino, em Espanha, a Bidluck possui salas de jogos, bares e salas de bingo. De momento, em Portugal, a companhia só tem o site de jogo online Bidluck.pt, com a licença número 023, legal e autorizado pelo Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos, sob o governo do Secretário de Estado do Turismo Português.
No entanto, essa situação pode mudar se a empresa ganha as futuras licitações de casinos presenciais em Estoril e Lisboa. Há poucos dias, a Bidluck apresentou uma proposta superior em € 20 milhões à da Estoril-Sol para a concessão desses casinos. Se a vencer o concurso, a companhia quer construir um edifício de raiz na zona do Parque das Nações que só abrirá portas em setembro de 2025. Isso deixaria a cidade de Lisboa sem casino por pelo menos um período de três anos.
Caso a Bidluck avance para a construção de um novo edifício para o Casino de Lisboa, terá direito a uma redução de 30% no valor da contrapartida variável que tem de pagar anualmente ao Estado, tendo em conta que só teria o casino a funcionar em 2025. De acordo com o caderno de encargos, o montante da contrapartida anual fixa não pode ser inferior a € 10.166.666,67. A percentagem que incide sobre as receitas brutas dos jogos explorados foi fixada entre os 45% e os 50% e o mínimo da contrapartida anual variável é de € 51.600.000,00.
Se for a Estoril-Sol a vencer o concurso de concessão, teria de pagar ao Estado um valor adicional à contrapartida anual fixa de € 25 milhões, tendo em conta que a empresa é proprietária de um edifício e o casino poderia entrar em funcionamento no imediato.
De acordo com Nuno Benodis, coordenador da Comissão de Trabalhadores da Estoril-Sol: “Caso seja outra operadora a ganhar a concessão, há uma grande preocupação devido à possibilidade do Casino de Lisboa ficar inativo durante um período que poderá ir até aos 36 meses, por força de este não dispor no momento de um edifício dotado das condições para sua operaçao. Já manifestámos estas preocupações ao Governo, nomeadamente à secretária de Estado do Turismo, à Ministra do Trabalho e ao Ministro da Economia, sem qualquer resposta”. Asimismo, ele explicou: “Também, a questão dos valores propostos pela nova empresa no que diz respeito à contrapartida mínima para o Estado coloca face às atuais receitas de jogo muitas dúvidas em relação à sua sustentabilidade, o que a acontecer terá inevitavelmente efeitos nefastos para os trabalhadores”.