Por Anamaria Bacci, jornalista e tradutora da G&M News.
O que você achou da participação do Fira Soft nos eventos deste ano?
Muitíssimo importante. É incrível que mesmo nesses tempos difíceis, que todos estamos atravessando, em menor ou maior grau, a organização da Game Developers Choice (GDC) e a Brazil Games tenham conseguido nos propiciar essas oportunidades. Eu quero expressar nossa solidariedade a todos os atingidos pela pandemia do COVID-19. A GDC sempre é um evento muito relevante para desenvolvedores de jogos, e poder participar remotamente faz com que seja ainda mais acessível. Ainda que muitos sintam falta de algumas conexões que são mais facilmente criadas em eventos presenciais, principalmente em momentos de descontração, a versão virtual permite que mais pessoas participem, o que traz certa renovação para o evento. Ficamos felizes que a GDC tenha acontecido apesar das situações adversas. O mesmo pode ser dito sobre nossa recente participação positiva na Gamescom.
Que possibilidades vocês veem de colocar seus produtos (se é que já não estão) no exterior?
Nossos jogos autorais já estão no exterior desde o início da empresa, graças a democratização da distribuição de jogos por conta da Internet e lojas virtuais. A diferença que um evento como a GDC nos permite é de ter um alcance ainda maior de público por meio de parcerias com empresas internacionais.
Como veem o mercado brasileiro de videogames e que potencial existe?
Vemos o mercado brasileiro com ótimos olhos. Hoje, temos jogos sendo desenvolvidos em todos os cantos do país, com muitos pequenos desenvolvedores promissores e altamente criativos, um bom número de empresas sólidas com grande potencial de crescimento e dezenas de empresas grandes que estão com grandes números. Com investimento, acredito que o mercado brasileiro de desenvolvimento pode se tornar gigante.
Quais são os jogos de maior ressonância agora? Que tipos de jogos são, que características têm?
Acreditamos que, entre 2020 e 2021, devido ao contexto sanitário mundial, dois tipos de jogos fizeram mais barulho: sobrevivência/RPG e jogos multiplayer. No primeiro caso, os jogadores, possuindo mais tempo disponível, se dedicaram a jogos que demandam mais horas para serem finalizados, como é o caso do Resident Evil Village. E no segundo, devido ao isolamento social, as pessoas (não propriamente jogadores de longa data) buscaram maneiras de interagir de forma divertida a longa distância, trazendo esse destaque aos jogos multiplayer, em especial os party games, como Among Us e Out of Space, por exemplo.
Fale um pouco do seu jogo, que estava entre os 14 finalistas: Kriophobia.
Kriophobia é o nosso survival horror que está em desenvolvimento desde 2014, e que hoje segue utilizando o investimento do edital de jogos da Ancine de 2019. O jogo conta a história de Anna, uma geofísica solitária que se encontra presa em uma ilha misteriosa na Rússia, onde o frio é mortal. Enquanto ela luta pela sobrevivência contra coisas além de sua compreensão, segredos do passado são revelados. Mal sabe Anna que a ilha esconde um passado perturbador sob a neve e, para dar sentido a tudo isso, ela deve enfrentar memórias enterradas e confrontar seus medos mais profundos.
Planos para o futuro?
O novo jogo da Fira Soft tem lançamento planejado para 2022 e promete deixar os jogadores com os nervos à flor da pele. Estamos muito entusiasmados com o impacto que isso pode ter.