A prática de jogo de portugueses em sites não licenciados ainda é significativa, embora pareça estar a diminuir, se bem que não ao ritmo desejado. Segundo os dados do estudo Hábitos de Jogo Online dos Portugueses, realizado pela consultora Aximage para a APAJO, a percentagem de inquiridos que declarou ter jogado exclusivamente em sites regulados foi 60%, um aumento de 15pp face ao estudo anterior, realizado em 2020. Os utilizadores que afirmaram apenas ter recorrido a sites ilegais baixou para 3%, uma redução de 3pp, enquanto os que asseveraram jogar em ambos os ambientes sofreram uma diminuição para 37%, menos 12pp que no ano anterior. As metas traçadas por reguladores de outros países europeus situam-se geralmente acima dos 80% de canalização da atividade de jogo online para as operadoras licenciadas localmente, um limiar que parece ainda exigir algum esforço para ser atingido em Portugal.
Por isso, a APAJO lançou a campanha “Não te deixes fingir” nas redes sociais. Um objetivo é alertar os consumidores portugueses para evitar sites onde estão em risco os jogadores, os seus depósitos, prémios e mesmo os seus dados.
Segundo Ricardo Domingues, presidente da APAJO: “A Associação optou por fazer esta campanha pela positiva, focando os aspetos fortes da oferta licenciada em Portugal. Escolhemos esta altura do Campeonato do Mundo de Futebol para tentar falar diretamente com o apostador apelando a que tome decisões informadas, evitando inscrever-se e fazer depósitos em sites que não pretendem cumprir com os requisitos de proteção do consumidor, nem pagar impostos em Portugal, e que deliberadamente se querem fazer passar por legítimos, quando são ilegais no nosso país”.
Paralelamente, a APAJO decidiu juntar-se à Associação Portuguesa de Anunciantes (APAN), que inclui algumas das mais relevantes empresas e setores no âmbito publicitário em Portugal. A APAJO será um representante na APAN da indústria do entretenimento, composta de operadoras de jogo online licenciadas em Portugal, um setor de atividade que segue orientações específicas no que toca à sua comunicação publicitária e que é um patrocinador relevante no panorama desportivo português em várias modalidades. Também, APAJO somou-se a Auto Regulação Publicitária (ARP), entidade responsável pela implementação do sistema de auto-regulação da publicidade em Portugal. A ARP é constituída por anunciantes, agências, meios, plataformas e associações setoriais e tem como missão a defesa da leal concorrência e dos direitos dos consumidores.
“No setor do jogo online, a publicidade é fundamental e insubstituível na canalização dos consumidores portugueses para a oferta localmente regulada e licenciada. Quando comunicam os seus produtos e serviços, os associados da APAJO têm um sentido de responsabilidade não só para com as regras específicas que se lhes aplicam, mas de uma forma mais abrangente e pró-ativa para com a persecução de um mercado saudável e sustentável”, diz Domingues.