Por Leticia Navarro, jornalista da G&M News.
Qual a sua primeira reflexão sobre o avanço da regulamentação dos jogos no Brasil, que agora será debatido no Senado?
O atual texto não condiz com os anseios do mercado e nem da população. A tributação exagerada, tanto para a operadora como para o jogador, é um dos fatores que mais incomodam, mas também há outros tópicos que deveriam ser melhor discutidos. Foi certamente um passo muito importante que o atual Governo deu, mas talvez a direção deve ser acertada pois neste caminho não haverá tantos interessados e corremos o risco de ver um mercado ‘grey’ tornar-se ‘black’, diante da insatisfação dos empresários em obter uma licença que não faz tanto sentido.
Que outros aspectos você acha que devem ser considerados/solucionados e que não estão claros na lei?
A tributação é um dos principais elementos, mas devemos considerar outros pontos, como a aceitação de quem tem seu nome em órgão de proteção ao crédito. Afinal estes podem jogar em loterias, ou apostas em cavalos. Então por um simples princípio isonomia deveriam as lotéricas e jockeys club barrarem os apostadores da mesma forma. Sim, é valioso que o Governo tenha percebido e incluído os jogos de cassino online. Tanto os mais clássicos como roleta, caça-níqueis e vídeo bingo, mas também os chamados ‘crash games’, são jogos que representam uma parcela importante na receita de tantas operadoras e não podiam ficar de fora.
Hoje, existem mais de 400 operadoras de jogos online e apostas esportivas no Brasil (locais e estrangeiras). Quantas empresas você estima que vai ser quando a regulamentação for aprovada e como essa redução impactará o mercado?
Gostaria de estimar um número substancial, mas não creio que terá tanta adesão ao que o Governo está presto a sancionar. Prefiro não arriscar em número exato, mas suponho que muito menos do que o próprio Governo espera entrará na fila para pegar a tal licença. Causando assim um desconforto inevitável para aqueles que fizeram o atual texto, pois não atingirão o objetivo de arrecadação e não terão também gerado tantos empregos como imaginaram ao final do processo. Isso é muito importante, pois sem que haja um ambiente propício, não haverá interessados em operar legalmente no país e daí o reflexo disso será sentido nas empresas de mídia, federações e clubes de futebol, e tantos outros setores que já se beneficiam atualmente dos recursos provenientes deste setor.
Que informações você pode nos contar sobre o evento BiS SiGMA Américas 2024, que mudou de data de junho para abril?
Primeiramente, deve-se esclarecer que a decisão da mudança foi tomada com base no calendário global da SiGMA Group e em respeito também aos eventos regionais. Conversamos recentemente com o pessoal do Peru e Colômbia, para que não houvesse conflito de agenda, e conseguimos encaixar o BiS SiGMA 2024 em abril de forma que atenda nossos clientes, não atrapalhe nossos parceiros e permaneça na programação global do nosso sócio. Embora não queira revelar muitos detalhes, posso dizer que teremos mais sinergia entre Malta e Brasil para 2024, tendo em vista que a fusão já está bem consolidada e assim poderemos realizar o evento principal e os eventos satélites, como, por exemplo, os Awards, jantares e coquetéis unificados e com mais atrações fora da feira. Em relação ao crescimento, é esperado pelo menos 20% de acordo com as minhas projeções, mas eu errei todas as anteriores, e superamos a marca que havia estimado. Então, pode ser que seja um evento muito maior do que a edição anterior.