Em recuperação desde o ano passado, em virtude do maior controle da pandemia de COVID-19, a indústria brasileira de entretenimento e mídia deve fechar 2022 com faturamento de US$ 33 bilhões (R$ 175,77 bilhões). A cifra é estimada pela edição deste ano da Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia 2022–2026, organizada e divulgada pela empresa de consultoria PwC Brasil. O estudo ainda aponta que a soma de receitas dos setores nacionais do segmento deve crescer a uma taxa de 5,7% ao ano até 2026. Esse índice é maior que a projeção de crescimento global dessa indústria, 4,6%. O percentual é superior também à projeção feita para o Brasil pela edição do mesmo estudo no ano passado, quando se indicava uma taxa de 4,7% até 2025.
Para chegar às conclusões apresentadas, o texto observou 14 setores da indústria de entretenimento e mídia no Brasil e no mundo, totalizando 52 territórios. Fazem parte dos mercados analisados, por exemplo, livros, cinema, publicidade na Internet, música, rádio e podcasts, jornais e revistas, streamings de vídeo, TV, publicidade tradicional, e videogames e Esports. Justamente neste último segmento, os números indicam uma evolução fabulosa, e auguram um futuro ainda mais surpreendente em termos de negócios.
A estimativa é que a receita total de videogames e esportes eletrônicos no país chegue a US$ 2,8 bilhões (cerca de R$ 15 bilhões) em 2026. Segundo o relatório, em 2021, ela foi de aproximadamente US$ 1,4 bilhão (R$ 7,5 bilhões). Até o momento, o crescimento ano a ano é de 27,4%. Em 2021, o Brasil superou o México como o maior mercado da América Latina e, em 2026, representará 47,4% da receita total na região.
Globalmente, em 2021, a receita total de videogames (excluindo Esports) atingiu US$ 215,6 bilhões (R$ 1148,37 bilhões) e aumentará em um CAGR de 8,4% para US$ 323,5 bilhões (R$ 1723,09 bilhões) em 2026. Em 2017, os videogames globais significaram apenas 6,1% do total de gastos com E&M. Em 2026, eles representarão 10,9%, à medida que o nicho se tornar mais popular. As receitas serão reforçadas pelo rápido aumento do investimento em publicidade nos aplicativos. Muitos dos países populosos têm grande espaço para crescer, como o Brasil. Os videojogos, com suas experiências imersivas e itens virtuais, também estão abrindo caminho para o Metaverso e para a próxima geração de publicidade digital, entretenimento e experiências de marca.
JOGOS PARA CELULAR DOMINAM, MAS ESPORTS VÃO TRIPLICAR
De 2017 a 2021, o mercado de jogos casuais (geralmente, para celular) mais do que triplicou no Brasil. Foi de US$ 294 milhões (R$ 1,56 bilhão) a US$ 928 milhões (R$ 4,94 bilhões). Em 2022, a estimativa é que cruzará pela primeira vez a barreira do US$ 1 bilhão (R$ 5,33 bilhões), alcançando US$ 1,1 bilhão (R$ 5,86 bilhões). A tendência continuará se desenvolvendo até 2026: deve dobrar para US$ 2,2 bilhões (R$ 11,72 bilhões), quase quatro vezes a expectativa de faturamento de PCs e consoles. Em 2021, o segmento de PCs movimentou US$ 256 milhões (R$ 1,36 bilhão), enquanto os consoles tradicionais (PlayStation, Xbox e Switch, entre outros) responderam por US$ 190 milhões (R$ 1,01 bilhão). Em 2022, atingirão US$ 316 milhões (R$ 1,68 bilhão) e US$ 249 milhões (R$ 1,33 bilhão), respectivamente.
Comparado com eles, o mercado de Esportes Eletrônicos (Esports) parece pequeno, com apenas US$ 5,4 milhões (R$ 28,76 milhões) em 2021. Mas a estimativa é que triplique até 2026, totalizando US$ 15 milhões (R$ 79,9 milhões), equivalente a um aumento de 22,7% CAGR. Segundo a Pesquisa, o resultado será impulsionado principalmente por direitos de mídia, patrocínio e demais investimentos na área.