

Quais são suas expectativas realistas sobre o futuro da regulamentação no mercado brasileiro de jogos?
Acho que há uma grande expectativa quando se trata do Brasil como mercado. Todos estão esperando para ver o que vai acontecer, sejam investidores, operadoras, afiliados, a comunidade de marketing. Sempre defendi a verdade, que são os fatos. Claro, tem havido muitos rumores, previsões e boatos sobre o mercado brasileiro e sua regulamentação. No entanto, honestamente, a verdade é que não sabemos. Tem havido propostas, projetos de lei excelentes, regulamentos muito bons indo para o Senado e para a Câmara dos Deputados no Brasil, mas precisamos muito de sinergia política e boa vontade para que as coisas aconteçam. Os reguladores podem apresentar o melhor projeto de lei possível, mas sem tração política e sinergia, nada vai acontecer. Isso não é uma coisa ruim porque o mercado está crescendo. Se você olhar os números do mercado de iGaming e do setor de apostas esportivas no Brasil nos últimos dez anos, houve uma evolução enorme. Todo mundo está lá: os grandes players (operadoras), provedores de jogos, empresas de meios de pagamento. Estamos pressionando para que a regulamentação aconteça. Mas é uma coisa 100% política se vai acontecer ou não.
O Brasil é um gigante que atrai interesse global. As operadoras internacionais estão lá, mas as empresas locais têm uma clara vantagem de conhecer a cultura e as preferências de jogo de seu próprio povo. Como você acha que a Vai de Bob pode usar essa vantagem, esse conhecimento do mercado local para aumentar seus negócios?
Nosso negócio está definitivamente crescendo. Já estamos operando com a marca Vai de Bob há cerca de quatro meses e continuamos em expansão. Em relação às operadoras internacionais, já vi muitas delas no Brasil e têm a vantagem de ter um grande orçamento. Eles levam a sério suas intenções de trabalhar no Brasil; eles têm contratado talentos locais para ajudá-los a definir a estratégia correta. Portanto, a concorrência será dura.
Você tem uma vasta experiência na indústria. O que levou a aceitar esse desafio, esse novo projeto da Vai de Bob? Você está aprendendo neste ponto de sua carreira?
Estou sempre aprendendo. Em uma indústria tão dinâmica como esta, no momento em que você pensa que sabe tudo, é quando você para de crescer. Esta indústria está sempre evoluindo. É um setor em movimento contínuo, com novas tecnologias, públicos e oportunidades. Decidi assumir um projeto diferente porque sou uma pessoa pioneira nos negócios. Sou uma pessoa que gosta de trazer ideias à realidade. Também posso gerenciar operações, mas essa não é minha natureza. Eu gosto de ser criativo e trazer novos negócios. Foi o que fiz na LeoVegas, Hero Gaming e em meus outros empregos anteriores. Lancei a LeoVegas no Brasil, Peru e Chile. Lancei Hero Gaming no Brasil. Agora estou lançando Vai de Bob no Brasil. Então sou eu. Esse é o tipo de missão que me motiva.
Imaginemos: estamos em março de 2023 e as apostas esportivas são totalmente regulamentadas no Brasil. O que isso significaria para o mercado e para a sua empresa em termos de maior volume de negócios, mais oportunidades de crescimento e possibilidade de avançar na regulamentação de outras verticais?
Essa possível cena futura seria ótima, claro. Eu esperava que o mercado fosse regulamentado, porque assim haveria regras mais claras e um ambiente de competição saudável. Do jeito que está agora, as oportunidades de marketing que temos no Brasil são limitadas. Por exemplo, você precisa de alguma permissão especial para fazer marketing relacionado a apostas. Assim, quando vier o regulamento, tudo ficará muito mais claro. Como operadoras, teremos que começar a pagar impostos. Entendemos isso, mas será uma coisa justa e legal de se fazer. Esperamos que não apenas as apostas esportivas, mas os demais jogos de azar sejam regulamentados em breve. Com certeza, as apostas esportivas serão regulamentadas primeiro. Depois disso, as autoridades podem considerar jogos de azar, jogos RNG e jogos de cassino. Talvez aconteça no final do próximo ano, mas isso já seria ir muito longe dessa realidade. Vamos nos contentar em poder dar o primeiro passo e, a partir daí, continuar crescendo.