Por Anamaria Bacci, jornalista e tradutora da G&M News.
Você é praticamente o fundador do poker no Brasil. Durante anos, foram inúmeros os jogadores brasileiros talentosos que viajaram pelo mundo vencendo torneios. Quais são seus sentimentos, sabendo que seu esforço valeu a pena? Como você equilibra todo o seu trabalho de divulgação do poker em vários campeonatos, sempre apoiando os jogadores locais?
Ao longo dos últimos anos, existiram vitórias do poker em várias frentes: na área jurídica, política, esportiva, empresarial, econômica, trabalhista, dentre tantas outras. Mas uma das maiores conquistas, indubitavelmente, foi o desempenho crescente de resultados dos jogadores brasileiros em esfera mundial. Ver dezenas de brasileiros com braceletes de WSOP, WCOOP, EPT, liderando rankings mundiais de performance (ao vivo e online) é um dos maiores prazeres que eu tenho. Toda luta pela consolidação de uma categoria não faria muito sentido se não fosse pra ver os jogadores brasileiros competindo em alto nível. Isso, sem dúvida nenhuma, é uma das partes mais gratificantes deste trabalho.
Qual é o lugar que o Brasil ocupa no cenário do poker na América Latina, e também no mundo? Por que os brasileiros são tão apaixonados por essa disciplina de cartas?
O Brasil lidera com folga na América Latina, tanto em tamanho de mercado quanto em resultados de jogadores. O Brasil sozinho representa a somatória de todos os demais países da América Latina em termos de faturamento na indústria do poker. Isso demonstra o trabalho diferenciado que foi feito por aqui pra desenvolver essa atividade. Já no mundo, o Brasil é top 10, variando entre a sexta e a oitava posição no tamanho do seu mercado. Creio que o poker virou uma paixão nacional porque é um jogo de pessoas, não de cartas. O brasileiro é reconhecido mundialmente por gostar de se relacionar com pessoas. Entender, interagir e extrair informações de pessoas é uma ferramenta fundamental pra se jogar poker bem, e o brasileiro tem esse dom natural. Foi um match perfeito.
Qual a importância dessa nova etapa da SuperPoker, após a aquisição pela Playmaker? Que planos vocês têm juntos para continuar crescendo?
A junção com a Playmaker foi fundamental para os planos futuros de ambas as empresas. Hoje, a Playmaker é o terceiro maior grupo de mídia esportiva da América Latina; e isso casou perfeitamente com a necessidade de progresso que meu grupo de negócios tinha de ter um parceiro maior, mais sólido e mais experiente para estar melhor preparado para o futuro. Os negócios cresceram muito. O Brasil prepara a legalização de novos jogos (apostas esportivas, mercado online, fantasy), e ter um grupo gigante de mídia como seu parceiro é sensacional para os dois lados. Existe um universo infindável de oportunidades que poderão ser exploradas entre o maior grupo de entretenimento de jogos legais no Brasil e o terceiro maior grupo de mídia esportiva da América Latina. Já estamos começando a conversar sobre algumas delas neste momento. Coisas boas para os dois grupos virão pela frente. Pode ter certeza disso.
Como exportar a marca Brasil para outros territórios e como expandir o interesse dos jogadores de poker para outros esportes?
O interesse do jogador de poker por outros jogos e outros esportes já existe naturalmente. É indelével, indissociável. Está ali, pronto pra ser explorada. Com a Playmaker e sua atuação multinacional, o que faremos é ofertar novos jogos de forma mais abrangente, profissional e muito mais eficiente para os nossos clientes atuais. Essa foi uma das grandes razões pela qual eu quis me juntar na empresa. A Playmaker, junto com o Grupo SuperPoker, será um catalizador na exploração das novas oportunidades do mercado de jogos brasileiro e potencialidades de oferta de novos produtos e serviços aos milhões de jogadores brasileiros que se relacionam com meu Grupo de Negócios: BSOP, H2, SuperPoker e mais de uma dezena de outras empresas.
De que forma você acha que a regulamentação do jogo online e das apostas esportivas no Brasil pode ajudar a fortalecer e dar ainda mais visibilidade a este setor? Quanto dinheiro o mercado poderia movimentar no Brasil após a regulamentação e a chegada de novos investimentos?
Estima-se que o potencial do mercado brasileiro de jogos seja de US$ 17 bilhões/ano, para os primeiros anos de legalização de gambling e apostas esportivas no país, ao vivo e online. As estimativas indicam até que serão criados 600 mil novos empregos formais. Projeta-se uma arrecadação pro Governo de cerca de US$ 4 bilhões/ano. A partir daí, você imagina o nível de investimentos que existirá no país nos próximos anos e o tamanho da oportunidade que representa uma aproximação entre a Playmaker e o meu Grupo de Negócios para explorar essas possibilidades.
Com esposa, dois filhos e muitos projetos futuros, como você vai organizar sua agenda para conciliar o tempo da família com o do trabalho, e poder se dedicar a essa nova aventura junto com o Futbol Sites (Playmaker)?
A vida é a arte da conciliação. Isso não será um problema, pois eu sou hiperativo e apaixonado pela minha família e pelo que faço profissionalmente. Então, consigo fazer com que as coisas se somem sinergicamente para viabilizar meus objetivos pessoais e profissionais sem qualquer problema. Essa conciliação sempre existiu na minha vida, e vai continuar existindo, com equilíbrio, ponderação e trazendo bons resultados em todos os campos importantes da minha vida.
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