

Há alguns anos, o gênero Battle Royale se tornou popular no vasto universo dos jogos e está ganhando cada vez mais notoriedade, mesmo dentro dos Esports. Todos os dias, milhões de jogadores lutam, em diferentes histórias e plataformas, para ver quem é o último a resistir. Dessas plataformas, uma das mais utilizadas é o dispositivo móvel. De acordo com um estudo da empresa de distribuição de aplicativos digitais Uptodown, os jogos Fortnite, PlayerUnknown’s Battlegrounds (PUBG) e Free Fire são os títulos mais jogados no Android em quatro dos cinco continentes, que são Europa, Ásia, América e África.
PAIXÃO NA LATAM
O fiel expoente da América Latina é o battle royale Garena Free Fire, com uma enorme marca de 13,14 milhões de downloads. Nesse sentido, o estudo ressalta que possivelmente isso se deva às especificações dos telefones, por se tratar de um título totalmente otimizado e adequado para funcionar em aparelhos de baixo desempenho ou de baixo custo. Por outro lado, seu desenvolvedor, 111dots, mantém o jogo em vigor com atualizações constantes. Além disso, a empresa fechou acordos e colaborações com outras franquias muito populares, como Attack on Titan e One Punch Man, ou como a série de Netflix, La casa de papel. Apresentou ainda o craque português Cristiano Ronaldo, que fazia parte do jogo como personagem do Chrono.
Da mesma maneira, Free Fire tem uma veia muito forte dentro dos Esportes Eletrônicos. Na América Latina, é realizado o Free Fire Latin America South, competição oficial e organizada pela Professional Videogame League (LVP), que conta com a participação de jogadores e times de países como Argentina, Bolívia, Antilhas Holandesas, Chile, Guiana, Paraguai, Peru e Uruguai. O campeão obtém o direito de participar da Free Fire World Series (FFWS), com todas as despesas pagas e hospedagem.
Deve-se notar que o jogo tem uma forte conexão com o Brasil. A primeira edição do FFWS foi realizada naquele país, dentro do Parque Olímpico do Rio de Janeiro, onde o Corinthians foi campeão. Por outro lado, este ano haverá duas edições do Mundial e foi confirmado que Brasil terá seu lugar para disputar essas competições. Como se não bastasse, está acontecendo o evento Projeto Cobra, que tem como principal ingrediente um personagem de nacionalidade brasileira chamado Shirou.


BATTLE ROYALES NO RESTO DO MUNDO
Em um mundo dominado por esse gênero, os usuários que utilizam o sistema operacional do Google preferem passar as horas jogando Fortnite, título que registrou 5,27 milhões de downloads na Europa. Na Ásia e na África, o gosto passa pelo PUBG, com 31,94 milhões (o maior do mundo) e 7,34 milhões de downloads, respectivamente. Por outro lado, os casos da América do Norte e da Austrália são exceções. A preferência do primeiro caso é Gacha Life, com 2,81 milhões de downloads, um RPG que permite ao jogador criar e customizar personagens no estilo anime japonês. Lá, eles podem passar um tempo entre oito minijogos, criar cenas e interagir com outros jogadores. Embora a escolha da Austrália seja Clash of Clans, o célebre título de guerra, estratégia e construção de vilas, desenvolvido pela Supercell.
Os títulos móveis são uma indústria em constante crescimento, graças ao avanço da tecnologia, que permite que títulos cada vez mais complexos e grandes sejam reproduzidos. Além disso, a acessibilidade que esses aparelhos oferecem aos jogadores vem aumentando. Não é por acaso que em 2020 esse mercado gerou US$73,8 bilhões, segundo estudo da consultoria SuperData, o que representa 52,7% do total do setor de videogames.
Soma-se a essa acessibilidade o enorme desenvolvimento dos jogos Free-To-Play (com compras opcionais incluídas), que movimentaram US$98,4 bilhões no ano passado. Claro que são mais dos US$24,5 bilhões que os títulos pagos alcançaram. Por falar nisso, a desenvolvedora Ubisoft reconheceu que está estudando esse mercado. Consequentemente, tenta não ficar tão focado em jogos AAA, que exigem investimentos onerosos para sua criação e lançamento.