Mais uma vez, o ciclo de palestras e seminários online ‘G&M Webinar Series’ da G&M News proporcionou ao setor uma conferência excepcional que estimula o olhar acadêmico e a troca de conhecimento. Não foi por menos, considerando que ontem, sob o título Brasil Pós-eleitoral. O novo debate sobre a regulação de jogos, diretores do mais alto nível encontraram-se online.
Com uma moderação brilhante e precisa, que deu igual participação a todos os palestrantes, em nome de Natalia Nogues (Sócia Diretora da Control+F5), os panelistas tiveram atuação destacada: Amilton Noble (Diretor Executivo do Hebara e Diretor Executivo do Associação Nacional de Jogos e Loterias, ANJL), Leonardo Baptista (CEO e cofundador da Pay4Fun), Fellipe Fraga (COO da EstrelaBet), Dr. Fernando Gonçalves (Fundador e Diretor Executivo da FGo Legal), e Bruno Baima (CMO da SGA Systems).
Entre os diversos temas abordados no seminário, podem ser citados: os ecos das eleições e o equilíbrio entre o Poder Executivo administrado por Lula da Silva e o Poder Legislativo, com forte peso dos aliados de Jair Bolsonaro; as possibilidades de atuação após 12 de dezembro, quando expira o prazo para regulamentação das apostas esportivas; as diferentes verticais de jogo, além das apostas; a diferença entre operadoras locais e internacionais, e os desafios futuros.
Em primeira instância, Noble (ANJL) insistiu no crescimento do setor de loterias e nas oportunidades que esse segmento oferece. “Existem as loterias estaduais, as municipais, as instantâneas. São Paulo também avança neste sentido. Temos até as Loterias da Saúde e do Turismo em fase de regulamentação pelo Governo Federal”, listou.
Para Baima (SGA System): “Se analisarmos de forma geral, as pessoas no Brasil apoiam a legalização dos jogos de azar em suas diferentes verticais. Existe um marco legal que está muito bem definido e estabelecido, e só falta o Senado assumir seu compromisso, fazer sua parte e aprovar o projeto”.
Por seu lado, Fraga (EstrelaBet) destacou: “Além de uma certa incerteza, nós, operadoras, temos que nos unir para lutar pela regulação, para nos adaptarmos à lei. Devemos mostrar aos legisladores que jogos de azar e apostas são entretenimento e que as operadoras cuidamos dos jogadores”.
Uma das maiores dúvidas é o que acontecerá depois de 12 de dezembro, quando a lei deverá ser regulamentada. Da sua experiência, Gonçalves (FGo Legal) afirmou: “A nível jurídico, a possibilidade de medidas judiciais para tentar suprir a falta de regulamentação é bastante discutível. O melhor seria que a regulamentação viesse efetivamente no prazo estabelecido, trazendo segurança jurídica para as operadoras”. Além disso, acrescentou: “Não regular seria um pecado técnico. Há uma oportunidade significativa para o país e para toda a América Latina. Poderíamos gerar maior fluxo econômico, mais emprego, tributação para o Estado e aumento do turismo. Tudo isso seria muito valioso para um Governo que acabou de chegar e precisará se estabelecer e obter financiamento”.
Entretanto, embora Baptista (Pay4Fun) tenha se referido à “estabilidade e transparência do sistema financeiro e das formas de pagamento no Brasil”, também disse não entender como funcionaria um sistema dual, “com apostas esportivas regulamentadas e outros tipos de apostas online (cassinos, bingo, poker, jogos virtuais) rodando em paralelo sem controle, local e offshore”.
Com um clima geral de otimismo, Nogues (Control+F5) realçou as possibilidades e desafios. “Há questões que exigem maior precisão: publicidade de apostas, jogo responsável, combate à ilegalidade. Estes são assuntos para continuar a debater”.
Sobre estes desafios, Noble (ANJL) assegurou que o principal “é a governança. Algumas empresas não estão acostumadas a ter espaços de governança para trabalhar com entidades públicas. Você tem que se preparar porque operar legalmente é muito diferente de fazê-lo de forma não regulamentada. Nossa associação procura coordenar os interesses coletivos e trabalhar com os reguladores para ajudar a tornar a regulamentação mais fluida e abrangente, e orientada para a liberdade de mercado”.
Por fim, Nogues (Control+F5) resumiu o desejo de todos os participantes, que o próximo debate seja em um ambiente de jogo regulamentado, e que analise como ajustar os processos para ter o melhor funcionamento possível.
Ao final da conferência, houve perguntas interessantes daqueles executivos/as que acompanharam a transmissão ao vivo no canal G&M News LinkedIn, com participantes do Brasil, Portugal e toda a América Latina. As pessoas da indústria que desejam acessar esta interessante palestra de 80 minutos devem entrar neste link.