
Um levantamento realizado em conjunto pelo Ministério do Turismo, Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) e Polícia Federal (PF) mostrou que o Brasil superou, pela primeira vez desde 2019, a marca de 3,1 milhões de turistas internacionais recebidos no país. Ao todo, foram 3.100.993 visitantes de janeiro a novembro de 2022, número que certamente aumentou (os registros ainda não estão disponíveis) com as festas de fim de ano no Brasil.
Os dados distinguem Argentina, Estados Unidos, Paraguai e Chile como os principais emissores de turistas ao Brasil o ano passado. De janeiro a novembro, 883.088 argentinos desembarcaram no país verde e amarelo. Na sequência, aparecem os norte-americanos com 373.382 turistas, seguidos por paraguaios (256.598) e chilenos (169.671). Da mesma forma, o levantamento ainda mostrou que os estados que esses turistas mais utilizaram para ingressar no Brasil foram São Paulo (1.308.621), Rio de Janeiro (544.303), Paraná (456.538), Rio Grande do Sul (400.409) e Santa Catarina (115.611). Entre as vias de acesso mais empregadas estão o setor aéreo (2.127.491), o terrestre (926.958), o fluvial (38.928), e o marítimo (7.616).
AUMENTAM OS GASTOS DOS VISITANTES, O EMPREGO E AS ATIVIDADES TURÍSTICAS
Os indicadores apontam para a consolidação da recuperação do turismo no país. Nos últimos dois anos (2020 e 2021) o Brasil registrou a chegada de 2,9 milhões de turistas internacionais (estrangeiros e brasileiros que residem no exterior). O número representa quase metade (46%) dos cerca de 6 milhões de turistas que ingressavam no país todos os anos antes da pandemia de COVID-19. De acordo com a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), que reúne operadoras de turismo e parceiros de negócios e institucionais, a expectativa de crescimento do turismo em 2023 chega a 53%.
Também, segundo o Banco Central do Brasil, o país ultrapassou a marca de US$ 4 bilhões em gastos de turistas estrangeiros no acumulado do ano 2022. O setor de turismo havia registrado gastos de US$ 2,9 bilhões e de US$ 3 bilhões ao longo de 12 meses em 2021 e 2020, respectivamente. Em 2019, último ano antes da pandemia, gastos de turistas estrangeiros no Brasil ficaram em US$ 5,9 bilhões. O recorde histórico continua sendo 2014, ano da Copa do Mundo de futebol no país, com US$ 6,84 bilhões.
Internamente, ou turismo brasileiro gerou mais de 234 mil empregos em 2022, segundo um levantamento realizado pelo Ministério do Turismo com base em dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged). Os segmentos de alojamento e de alimentação foram os que mais contrataram no período. Já as atividades turísticas crescerão 34,5% em 2022 em relação a 2021, segundo o Índice de Atividades Turísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O POTENCIAL DO TURISMO E DOS CASSINOS
Claro, ainda há muito a ser feito pelo novo Governo do presidente eleito, Luiz Inácio ‘Lula’ da Silva, e por Daniela do Waguinho, nova executiva a cargo do Ministério do Turismo. Conforme os dados mais recentes do Banco Mundial, o Brasil não figura nem sequer entre os 20 destinos mais visitados anualmente no mundo, sendo o 31º destino mais frequentado.
Entre outras coisas, a reestruturação do Plano Nacional de Turismo (PNT) é necessária. O aumento do investimento público no setor depende da renovação de estratégias fiscais e deve ser acompanhado de investimentos voltados ao desenvolvimento sustentável. A realidade é que o potencial turístico do Brasil é enorme e poderia levar crescimento especialmente para o interior do país. Será também fundamental avançar com a regulamentação dos jogos e apostas, incluindo a possibilidade de instalação de casinos resorts em algumas cidades. A este respeito, o Dr. Fernando Gonçalves, Fundador e Diretor Executivo da FGo Legal, concluiu: “A não regulamentação representa uma perda para o Brasil, principalmente uma perda de oportunidade de inserir na economia uma atividade capaz de desenvolver empregos, arrecadação e inclusive minimizar a utilização de jogos e apostas por organizações com finalidades ilícitas. Já no que tange ao desenvolvimento do turismo, minha impressão é positiva no sentido de que a associação da exploração de jogos presenciais como cassinos em localidades estratégicas de turismo se provou em vários países ser capaz de gerar desenvolvimento localizado que, no caso do Brasil, poderia ser de suma importância em determinadas regiões”.