Faz muitos anos que mulheres lutam por um mundo mais igualitário, no qual seus direitos sejam reconhecidos e seus espaços de participação ampliados, com um tratamento mais igualitário, semelhante ao dos homens. Nesse sentido, o jogo é uma área onde a presença feminina está se ampliando. Na verdade, um dos últimos estudos de 2020 da consultoria Newzoo confirmou que 46% dos jogadores são compostos por mulheres. Na ‘Semana da Mulher’, Gaming & Media News destaca aqui as figuras femininas que fizeram história a partir do individual e do coletivo.
PARA TER SUCESSO, SEM DISTINÇÕES DE GÊNERO OU IDADE
É claro que o desempenho de um jogador não depende de sua habilidade ou capacidade física ou da diferença de gênero. Enquanto isso não acontece, em geral, nos esportes tradicionais, acontece nos Esportes Eletrônicos, que têm uma matriz equalizadora. A máxima também se ajusta à idade, à medida que os jogadores se adaptam cada vez mais aos desafios virtuais de uma idade mais precoce. Um exemplo é o que aconteceu no ano passado em Melbourne, na Austrália, com a jovem Simone Lim, de apenas sete anos. A menina foi coroada a vencedora do Pokémon Oceania International Junior Championship, após derrotar o favorito e cabeça de chave Justin Miranda-Radbord. Na disputa competitiva de tal franquia (uma das mais antigas da Nintendo), ela era a única em um pódio dominado por homens.
Um ano antes, a jogadora chinesa Xiaomeng “VKLiooon” Li havia se transformado na primeira campeão mundial na história de Hearthstone, o famoso título de cartas da desenvolvedora Blizzard. Enquanto, em 2018, a jogadora nascida no Bahrein, Mariam Mahe, havia surpreendido com sua excelente atuação no Fortnite, um dos videogames mais jogados, que tem um ótimo cenário competitivo.
TALENTO FEMININO NA AMÉRICA LATINA
Na Argentina se respira futebol e o universo virtual não lhe é alheio. Este país, e toda a região latino-americana, contam com uma grande referência como Carolina “Carolo” Vázquez, com quem tivemos a oportunidade de dialogar na época. YouTuber, criador de conteúdo, lançador e embaixador da Electronic Arts, no ano passado ‘Carolo’ fundou o Pibas FC, um time feminino de Pro Clubs na modalidade 11 vs 11 do FIFA 20. Outra personalidade de destaque é Belén Giunta Panella, a primeira jogadora do Pro Evolution Soccer profissional, que defende as cores do Argentinos Juniors na Argentina.
Já no Brasil, cinco mulheres vão participar do Campeonato Brasileiro de League of Legends (CBLoL). Estamos falando de Tainá “Yatsu” Santos (midliner) e Júlia “Mayumi” Nakamura (apoio alternativo), que representam o INTZ, Elizabeth “Liz” Sousa, jungle no LOUD, Larissa “Lawi” Santos, apoio no Cruzeiro Esports, e Gabriela Harumi Gonçalvez, suporte alternativo na Rensga Esports. Na verdade, Harumi disputou uma partida oficial como torcida titular, o que a tornou a primeira mulher a disputar uma partida oficial naquele país latino-americano.
MARCOS DO TIME PROFISSIONAL DE MULHERES
Também neste ano nasceu o Infinity FEM, a primeira equipe feminina do Gillette Infinity Esports, especializada no título Free Fire. Para a influenciadora mexicana ‘Gumii’, gerente de equipe: “Na América Latina, há muitas jogadoras. Queremos que o Infinity seja o clube onde eles se agrupam e possam começar a competir de uma forma cada vez mais profissional. Embora nós jogadores continuemos a crescer em número, isso não está diretamente relacionado ao número de mulheres que se juntam a uma equipe profissional de esportes”. Em outubro de 2019, a região Latam testemunhou outro grande marco. A equipe feminina de Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO) da Isurus Gaming compareceu à final do Festival Girl Gamer, que aconteceu em São Paulo. Foi a primeira vez que uma equipe feminina chegou a essa fase em um torneio internacional de esportes. Com o tempo, novos times e figuras certamente surgirão, trazendo mais diversidade para um cenário competitivo que claramente precisa deles. O videogame não distingue, mas sim inclui.