Por Anamaria Bacci, jornalista e tradutora da G&M News.
Acabou de completar 30 anos, Yuri Martins Dzivielevski é o brasileiro mais bem colocado no ranking de todos os tempos do PocketFives, site que registra as premiações conquistadas no poker online. É também o único brasileiro a ganhar duas vezes o bracelete de campeão mundial da WSOP. Yuri “the nerd guy” Martins é um fenômeno do esporte da mente. Ele possui uma tremenda habilidade, tem muito estudo e dedicação.
Profissional há mais de 10 anos, ele faz conquistado inúmeros títulos nacionais e internacionais. Alguns desses são: Número #1 do mundo no ranking mundial de poker online pocketfives.com 2014; Campeão World Championship of Online Poker PLO8 2015; Campeão Latin American Poker Tour Grand Final 2015; Campeão Evento #51 WSOP 2019; Campeão Evento #42 PLOSSUS WSOP, Pot-Limit Omaha 2020. Ele ganhou mais de US$ 7 milhões nos panos virtuais e mais de US$ 1 milhão no circuito de torneios ao vivo.
Eu comecei a jogar poker aos 15, 16 anos, na casa de meus amigos, e online em torneios baratos. Depois fui apostando centavos. Quando eu fiz 18 anos, meus pais atravessaram uma dificuldade financeira muito grande e como eu já vinha apostando há uns anos, eu decidi tentar viver do poker aquele ano. Meus pais não tinham dinheiro pra pagar a faculdade particular e eu tinha que trabalhar de qualquer jeito. Como eu não tinha experiência em nada, só tocava como músico em barzinhos fazendo uns bicos, decidi arriscar no poker e deu certo.
Quem são seus ídolos, os caras em quem você se inspira?
Eu tenho alguns ídolos que são atletas ou foram atletas, sendo os melhores naquilo que fizeram. No poker não tenho nenhum ídolo especificamente. Acredito que os meus são o Michael Schumacher, Kobe Bryant, Michael Jordan. Acho que são três caras que me inspiram muito. Devo ter mais, mas não me lembro agora.
O que significa pra você fazer parte do time do Partypoker junto com seus colegas prof do poker?
Fazer parte do time do Partypoker é uma grande honra. Acredito que quase todos os jogadores quando começam a jogar têm vontade de serem patrocinados por uma grande marca, um grande site de poker. Alcançar isso apenas jogando (já que não sou streamer, nem YouTuber nem nada) é realmente ainda uma honra maior. Eles devem ter visto em mim o potencial do meu jogo, aquilo que eu conquistei e é exatamente isso que eu sempre quis: ser reconhecido pelo meu jogo, minhas conquistas. Uma grande honra e fico feliz por ser dessa forma.
Além do time nas mesas, você vai participar de outros canais do Partypoker?
Eu provavelmente faça algumas streams no Twitch do Partypoker, mas como eu não sou streamer, não será com a mesma frequência que os demais streamers profissionais fazem. Certamente, vou aparecer eventualmente no Twitch de Partypoker fazendo conteúdos de muita qualidade.
Você vai usar seu apelido nas salas?
Na maioria dos torneios que eu jogo hoje em dia eu uso o nome real na mesa, mas nos torneios que não usam, meu novo nickname no Partypoker é yurinerdguy.
Você prefere jogar no online ou presencial? Quanto a pandemia influenciou ou mudou a sua vida profissional?
Eu gosto muito de jogar os dois, cada um tem uma emoção distinta. São sensações diferentes, prazeres diferentes, então tenho um carinho muito especial tanto pelo poker online como ao vivo e não tenho uma preferência. A pandemia influenciou bastante, principalmente no início, quando todo o mundo entrou em lockdown. Isso ajudou muito a crescer o poker online, torneios cada vez maiores, muitas séries, por isso foi um momento muito bom. Mesmo sendo terrível para o mundo, pra nós foi um momento muito especial, porque tínhamos que ficar em casa fazendo o que nós amamos.
Quais torneios ainda falta ganhar? Sonhos por cumprir? Quais são os projetos daqui a quatro, cinco anos?
Não penso em torneios específicos, penso em jogar cada vez limites mais altos e ter sucesso nesses limites. Nenhum específico. Basicamente, todo torneio que entro é pra ganhar, então a minha meta é ganhar o maior número de torneios possíveis. E meus projetos são para daqui a uns três anos. Eu quero seguir esse ritmo que eu estou agora, jogar muito, evoluindo, jogando cada vez mais alto, participando dos torneios ao vivo que agora estão voltando. Eu sempre sonhei em fazer isso e acho que chegou o momento.
Conte alguma história ou episódio divertido/estranho/engraçado que tenha acontecido com você durante sua vida profissional.
Como eu contei, no início eu jogava coisas de graça e centavos. Então, pra começar minha vida no poker, eu vendi uma corrente de prata pro meu irmão. Eu lembro que na época ele pagou uns 200 ou 300 dólares nela, e foi aí que começou a minha carreira, com uma corrente de prata. Eu infelizmente quebrei aos 19 anos, então não foi esse dinheiro da corrente que me sustentou até os 19 anos. Eu quebrei e tive que entrar para um time de poker. Mas acho que foi bom quebrar no início da carreira porque o tombo foi menor e também foi um grande aprendizado pra minha vida toda.
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