Entre as conquistas mais importantes da Pay4Fun este ano, sem dúvida, devemos citar o fato de ser a primeira instituição de pagamentos que atua no segmento de apostas a receber autorização pelo Banco Central do Brasil, além de agregar o apoio ao investimento da empresa europeia Appleton Capital. Como esses benefícios impulsionarão ainda mais o progresso da sua companhia?
Acredito que ambas as realizações são resultado de um trabalho que temos desenvolvido há anos no setor aqui no Brasil. Receber a autorização do BACEN é uma conquista que nos orgulhamos muito. Desde o nosso primeiro dia, trabalhamos respeitando todas as regras que regem empresas do setor financeiro, sem termos obrigação para tanto. Temos consciência de que isso seria de suma importância para a implantação correta do mercado de gaming no Brasil, pois, se conseguíssemos atuar de maneira correta, seria um passo extraordinário para consolidar o segmento de forma alinhada e transparente. Com relação a Appleton, foi o reconhecimento de um relevante grupo europeu para todo o trabalho que temos desenvolvido aqui no Brasil, uma vez que chancela a Pay4Fun como um dos principais players do mercado.
Outro sinal desse avanço é a expansão da sede em São Paulo. Como este escritório complementa o trabalho da sua firma em todo o país?
Hoje, ocupamos todo o andar do nosso edifício. Afinal, investimos em tecnologia (para atender a implantação da Pay4Fun em outros países da América Latina), tivemos a autorização do Banco Central (o que nos acarreta uma série de deveres e novas posições organizacionais), e a conquista de muitos sites importantes para o portfólio da empresa. Como resultado, tivemos uma ampliação significativa no quadro de colaboradores, o que exigiu que concedêssemos um espaço de trabalho e de convivência que estivesse à altura do que estamos conquistando atualmente, que tivesse o nosso DNA. Por conta disso, dobramos nosso escritório e construímos um local de trabalho moderno, jovem e que vem ao encontro de toda a nossa filosofia.
Há incerteza em nível internacional sobre o que acontecerá no Brasil com o futuro presidente e o tema do jogo. Enquanto Luiz Inácio Lula da Silva nunca fez uma declaração clara sobre a questão das apostas, Jair Bolsonaro disse que apoiaria a regulamentação das apostas esportivas, mas não do jogo online, algo que parece uma contradição. Qual a visão do senhor sobre o lobby político no Brasil e a tarefa dos legisladores para avançar de uma vez por todas nessa questão?
Na verdade, a questão do decreto que regulamenta as apostas esportivas já está em fase muito adiantada e acredito que deve sair ainda esse ano, independente do resultado das eleições, uma vez que o setor já é realidade e faz parte do cotidiano do brasileiro. A penetração do setor no futebol e em mídias de massa é algo estrondoso e sair desse patamar pode ser uma decisão complicada. Mesmo se o Projeto de Lei 186 (que fala sobre a regulamentação dos jogos de azar) sofrer veto presidencial, ele volta para o Parlamento que tem força para aprovar em forma de lei. O que realmente lamento são os mais de R$ 6 bilhões que o Governo Federal deixa de arrecadar. Certamente, esse montante seria muito bem-vindo em vários setores sociais, nos quais o país precisa se aperfeiçoar.
Na mesma linha de confusão aparece a rápida aprovação no Congresso do projeto de lei que regulamenta os setores de Esports e fantasy sports no Brasil. Embora o texto não considere ambos os setores como jogos de azar, a realidade é que existem apostas online para essas modalidades. O que acontecerá então com esses segmentos de grande expansão no país?
Ambos os segmentos estão em uma crescente gigantesca. O setor de Esports, inclusive, tem o Brasil como um dos seus grandes mercados. Desconhecer essa envergadura é ignorar o futuro. Acredito que, em ambos os segmentos, esse aumento interno será cada vez maior e mais contundente, gerando empregos e recursos para o país investir internamente. Só vejo vantagens com a regulamentação desses dois mercados e tenho certeza que teremos o mesmo desfecho para a questão dos jogos.
Voltando à Pay4Fun, a ascensão meteórica da empresa também é demonstrada por seus mais de 340 sites parceiros e pela importância que você atribui ao desenvolvimento de tecnologia e educação do usuário. Vale lembrar que a plataforma permite que brasileiros sem conta bancária (mais de 40 milhões em todo o país) utilizem a Pay4Fun. Qual é o seu reflexo na estratégia da sua empresa?
A questão do atendimento, seja ele para o nosso Merchant como para o nosso cliente final, foi algo que implementei e sempre fiz ação de realizar. Nosso lema de “pegar o cliente pela mão” nos trouxe muito mais aderência e confiabilidade. Por isso, é assunto de suma importância dentro da empresa a melhoria constante desse setor, e acredito que esse é um dos fatores fundamentais para o sucesso da Pay4Fun. Com relação à faixa da população que hoje é “desbancarizada”, sempre foi uma preocupação nossa. Afinal, esse contingente gigantesco não pode ficar à margem de todo o ecossistema econômico atual, devendo ser incluído dentro das nossas estratégias. Uma forma democrática que adotamos, por exemplo, foi o lançamento do Pay4Fun Card, um cartão de crédito pré-pago que permite que os “desbancarizados” e pessoas com restrições usufruam dos benefícios de compras, sejam produtos ou, principalmente, serviços.
Em nível pessoal, devemos parabenizá-lo por ter sido nomeado um dos 10 CEOs mais inspiradores pela CIO Business Review. O que esse reconhecimento do seu trabalho significa para você?
Muito obrigado pelas felicitações! Contudo, essa consideração não é somente da pessoa profissional do Leonardo. Ele foi o reconhecimento de um trabalho, fruto de uma empresa séria, de uma equipe comprometida e competente e, acima de tudo, de um setor que ainda ontem era marginalizado e visto como algo subversivo. Fico extremamente feliz pelo reconhecimento, mas mais feliz ainda por saber que a Pay4Fun faz parte de um momento histórico para o segmento no Brasil, justamente por buscar excelência, competência e transparência em toda sua cadeia produtiva.
Em relação ao seu plano de expansão, fora do Brasil, a Pay4Fun já chegou ao Peru e planeja iniciar operações no Chile e no México. Por que você decidiu escolher esses mercados e como você pode replicar a experiência de sucesso de sua empresa no Brasil nesses territórios, considerando as diferentes características dos players em cada país da América Latina?
A escolha dos mercados foi baseada no potencial de cada um, aliado às lacunas que os serviços prestados pela Pay4Fun atualmente poderiam preencher. Inicialmente, o que queremos fazer segue o mesmo direcionamento do que fizemos com a operação aqui no Brasil: entender o mercado, suas dificuldades e deficiências e espelhar nosso modelo de negócios baseado nesses “gaps”. Outro ponto importantíssimo foi compreender a cultura enraizada no nosso país e permitir adequar os nossos produtos e serviços para o mercado brasileiro. Da mesma forma, pretendemos fazer nesses países: conhecer profundamente a cultura e costumes, e entregar uma solução robusta e eficaz, de modo a resolver um problema crônico local, aplicando sempre as boas práticas que utilizamos de maneira global aqui no Brasil.