Por Anamaria Bacci, jornalista e tradutora da G&M News.
Como nasceu a Electric Monkeys?
Nosso estúdio nasceu de uma paixão antiga que nós temos por games, junto com a necessidade de transformar a nossa empresa Studica Solution em uma desenvolvedora de jogos. Deste sonho surgiu a Electric Monkeys, uma empresa focada em desenvolvimento de games. Uma curiosidade sobre o nome, nós batizamos em homenagem a pequenos macaquinhos que andam nos postes elétricos na frente da companhia!
O que significa para você representar o Brasil na Gamescom?
É uma honra muito grande representar meu país! É um incentivo para continuar a criar novas experiências cada vez melhores.
Como você desenvolve Gravitational, um dos jogos mais proeminentes da Gamescom? Que análise você projeta do mercado de videogames VR no futuro?
Desenvolver jogos VR se tornou muito mais fácil hoje em dia. Nós utilizamos Unity Engine como ferramenta principal de desenvolvimento. Como desenvolvedores, nós acreditamos que o mercado VR terá um crescimento contínuo, talvez não tão rápido como outras áreas do mercado, mas isso se deve ao fato dos preços dos hardwares de VR serem altos. Mesmo assim, já vemos alternativas mais baratas para VR aparecendo. É uma questão de tempo para que mais jogadores tenham um aparelho VR em casa.
Vocês também têm um grande portfólio de jogos para celular. Qual é a vantagem desse tipo de título?
A Electric Monkeys também cria jogos hypercasuais. Esse tipo de jogo é rápido de desenvolver e tem um potencial grande de sucesso. Outra característica do estúdio é testar todo o tipo de jogos que estiver ao nosso alcance, inclusive jogos que premiam o jogador em dinheiro, como Hit the Zombies Tournament!
Hoje, o mundo está passando por uma explosão de jogos para celular. Você acha que no futuro este sistema irá superar os consoles e jogos AAA? Ou que os títulos AAA podem ser adaptados para dispositivos móveis? Qual é a sua análise?
Eu não vejo jogos AAA e jogos mobile como competidores entre si. Obviamente, existem jogadores que consomem ambos, porém cada um oferece uma experiência diferente em uma situação diferente. Por esse motivo, acredito que ambos continuarão crescendo e um não vai cancelar o outro. Pelo contrário, vemos novas oportunidades surgindo para o mercado. Hoje, temos consoles móveis como Nintendo Switch, e a recém-anunciada da Valve, o Steam Deck, que oferecem uma experiência de jogos AAA em dispositivos móveis.
Que papel ou posição o Brasil ocupa no desenvolvimento dos videogames na América Latina?
O Brasil possui um número enorme de desenvolvedores talentosos, até por sua extensão territorial e populacional. Temos uma diversidade muito grande de estúdios com experiências diferenciadas que nos tornam muito únicos. Associações como a Abragames, que une todos os desenvolvedores, ajuda o crescimento do mercado brasileiro, e essa união é benéfica a todos nós.
O que falta à região para ser um grande farol como os Estados Unidos ou a Ásia?
Acredito que seja uma questão de tempo. Somos uma indústria relativamente nova na área, porém em crescimento. Claro que alguns fatores poderiam ajudar os desenvolvedores a crescer. A maioria dos jogadores brasileiros ainda não conhece e não consome os jogos do Brasil. Além disso, o incentivo no país não é muito amigável para a indústria. Muitas empresas não passam do seu primeiro ano. Mas sou otimista, e espero que em breve tenhamos o cenário ideal para nos tornar uma indústria forte de games.
Que planos tem você em andamento para o restante de 2021 e para os próximos anos?
Neste ano, esperamos lançar oficialmente o Gravitational, e já começamos o desenvolvimento de um jogo de terror. Nosso plano é lançá-lo em acesso antecipado. Quem quiser continuar acompanhando as novidades do estúdio e nos ajudar a testar jogos em primeira mão, acabamos de criar um servidor no Discord para se comunicar com os jogadores do estúdio.