

Quero aproveitar este espaço, e agradecer à G&M News por poder analisar alguns assuntos de interesse do setor de gaming em nossa região.
DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS E MARCAS
A meu ver, o brasileiro tende a ser mais supersticioso do que um exímio apostador em eventos esportivos. O fato de o Brasil ser conhecido como o país do futebol não significa que somos ou seremos um mercado onde as apostas esportivas predominarão. Obviamente, se olharmos as estatísticas deste momento, os números indicarão que as apostas esportivas são responsáveis pela maior parte da receita dos sites de apostas. Porém, tal fato se deve a que a maioria dos operadores atualmente se utiliza das apostas esportivas como viés principal de aquisição de novos jogadores, principalmente pelo fato de que as apostas esportivas são consideradas legais, mesmo que ainda aguardando regulamentação. Jogos de azar que são parte da tradição e cultura do brasileiro são malvistos por equívoco, preconceito e desinformação. Por exemplo, o jogo do bicho em si tem uma dinâmica quase ingênua; porém, devido ao fato de que o crime organizado e políticos corruptos o utilizem para lavagem de dinheiro, faz com que o mesmo seja discriminado. Eu creio que trata-se de uma incrível porta de entrada para o mercado brasileiro do jogo.
SITUAÇÃO DE APOSTAS ESPORTIVAS NA AMÉRICA LATINA
Este é outro ponto que gera bastante frustração no Brasil. Enquanto países como Colômbia, Argentina, México e outros já tem uma robusta regulamentação à postos ou caminham em direção a uma breve regulamentação, o Brasil permanece no que parece ser um limbo eterno no que diz respeito a regulamentação das casas de apostas. Operadores internacionais são deixados a esmo com a opção de abandonar o mercado por completo ou operar na incerteza do que pode acontecer. Um agravante ainda maior para essa situação no Brasil é que no momento se contempla apenas regulamentação de apostas esportivas de cota fixa. Encontro outras vertentes igualmente importantes para qualquer mercado mundial inclusive no Brasil, como cassinos, cassinos ao vivo, bingo, vídeo bingos e outros são simplesmente deixados de lado.
POSSIBILIDADES DE REGULAÇÃO DO JOGO NO BRASIL
Trata-se de uma questão vista com bastante ansiedade e até mesmo frustração por parte de potenciais investidores e operadores de olho no mercado de jogos no Brasil. A aparente inércia das autoridades competentes é algo simplesmente triste, dado o tamanho do mercado em potencial, bem como o potencial de geração de emprego, renda e tributos para o país. Tenho dito em vários congressos onde tive o privilégio de participar como moderador e palestrante: o mercado de jogos no Brasil já é uma realidade, quer o Governo a veja ou não. Acredito que já passamos da hora de sairmos das promessas e potenciais modelos de regulamentação e apliquemos algo prático, onde todos ganham: Governo, população, investidores e apostadores. Do jeito que está, todos perdemos.