Por Anamaria Bacci, jornalista e tradutora da G&M News.
Ana Teresa Leite diz ter sido sempre uma criança muito tímida. Sua mãe se preocupava muito com isso e decidiu mandá-la a aulas de teatro para lhe ajudar a lidar com a timidez. “Deu super certo”, conta, “amei o teatro, foi desafiante muitas vezes, mas tive contato com pessoas maravilhosas, extrovertidas e consegui me mostrar mais”. Esteve no teatro dos 7 aos 15 anos, decidiu abandonar as aulas para se dedicar ao vestibular, mas esta paixão a acompanha até hoje.
Na escola, sempre teve muita facilidade na área de exatas. Imaginava que fosse genético porque tem dois professores de matemática em casa. Ana comenta que tinha dificuldade em português, mas mesmo assim adorava ler. “Meu coração é de humanas e meu cérebro de exatas. Na adolescência, era difícil entender isso, então deixei a paixão pelas artes de lado e resolvi fazer Engenharia Florestal na Universidade Federal de Viçosa”, relata. A sua principal motivação para escolher esse curso foi sua facilidade em exatas. Depois de formada, ela decidiu se especializar em Ecologia. A partir disso, ela iniciou uma pós graduação em Ciência de Dados e, quando terminou o mestrado, começou a dar aulas de Biologia, Matemática e Química para o ensino médio. Nas horas vagas, Ana Teresa mergulhava no mundo dos dados, gráficos, ia aprendendo mais sobre investimentos e foi nesse caminho que conheceu o mundo das apostas, começando apenas pelo.
SUA TRAJETÓRIA NO GAMING
A executiva entrou para a indústria do jogo quando, um dia, um amigo do Peru que ela conheceu em um intercâmbio de férias que fez em Wisconsin (EUA) comentou sobre uma oportunidade no setor de apostas esportivas. Ela conta que ficou super empolgada com a oportunidade e resolveu se candidatar. Estudou muito antes das entrevistas, deu tudo de si em cada etapa do processo, sempre analisando o que podia melhorar para estar mais preparada para as próximas etapas. Daí ela voltou a estudar inglês e a última entrevista que fez com o diretor regional foi conclusiva. Já há um ano e meio na empresa, conta que aprendeu muito, vendo um amplo panorama do jogo no mercado LatAm, e sabe que adquiriu bastante experiência. Hoje, ela é Gerente Regional na área de desenvolvimento de negócios na Pin-Up.bet.
Ela descreve que, a partir do momento que entrou no setor do jogo, foi como se outra porta se abrisse e aumentasse a sua visão de mundo, como um acesso a outra dimensão. “O meu trabalho não tem fronteiras, não fico limitada a minha cidade, estado e muito menos ao meu país. Tem dias que converso com pessoas de quatro diferentes partes do mundo, acho isso sensacional, é troca e tenho aprendido muito!”, assegura com entusiasmo.
A entrevistada considera interessante o fato de o mercado de apostas esportivas trazer mais visibilidade a muitos esportes e campeonatos que não acendiam o interesse da mídia, e agora estão a um clique de distância do telespectador. Explica que as plataformas de apostas online são um dos motores do progresso. São projetos comerciais, mas um grande número de inovações técnicas surge desse setor. “Nosso desafio é superar os desejos e necessidades de nossos clientes todos os dias. Devemos estar atentos ao agora e com o pensamento no futuro”, analisa.
Sobre o jogo responsável no setor, Ana Teresa opina que é um assunto de extrema importância e necessário de ser discutido, principalmente nesse momento de crescimento do setor na América Latina. Concorda que os jogadores de apostas esportivas e cassinos precisam ver essa atividade como um entretenimento e não como uma fonte de renda. “A chave para isso é a educação. É preciso ter um autoconhecimento no jogo e isso se torna um papel de responsabilidade social das casas de apostas”, ela declara.
CONSELHOS PARA MULHERES E FOCO PESSOAL
Respeito a crescente integração das minorias nas empresas de jogos, ela expõe: “Vejo que a empresa que não avança junto com o pensamento moderno perde para a concorrência. Quanto mais diversa a sua equipe, mais atual e amplo o seu negócio será”. Para ela, o salário e as bonificações têm que estar de acordo com o trabalho realizado pelo funcionário/a e não ao seu gênero, raça ou religião. “Já avançamos tanto tecnologicamente e ainda estamos empacados em questões lógicas na visão social”, clama. Mas ela se vê como uma revolucionária otimista, apesar do retrocesso que se enfrenta hoje em alguns países, acredita num grupo de jovens que vai ensinar muito. O conselho que ela dá para as jovens é o mesmo de sempre: estudar, estudar, estudar e nunca duvidar de si mesmas. Aprender outros idiomas é indispensável neste setor, ter curiosidade para instruir-se sobre outras culturas, conhecer mais a própria cultura e se lançar! Não tem erro!
Quando lhe perguntamos o que a caracteriza como pessoa e profissional, não titubeia: “Me dedico muito ao que me proponho realizar. Sempre busco fazer o meu melhor e otimizar as minhas tarefas, aprendendo novas tecnologias e melhorando meu ambiente de trabalho. Estou atenta ao que está acontecendo no setor, gosto de saber como todo mercado funciona e sou uma pessoa bastante proativa”, confessa. Ana acrescenta: “É difícil se colocar em uma caixinha. Sempre apareço com histórias inusitadas e engraçadas. Quando aconteceu essa troca de áreas, que eu fui de engenheira florestal e professora para o setor de apostas online, meus amigos se surpreenderam, e disseram: ‘Só podia ser você nesse trabalho, não tinha como ser outra pessoa’”. Vendo a vida com tranquilidade e ao mesmo tempo fora da zona de conforto, ela acha importante se desafiar e pensar se uma iniciativa não der certo, pelo menos ela tentou e aprendeu no processo.
INTERESSES E PLANOS DE CRESCIMENTO
Ela reconhece que, no início, foi difícil encontrar esse equilíbrio entre lazer e profissão. Sendo um trabalho remoto, muitas vezes, ela estendia demais suas horas por amor à sua tarefa. Hoje, diz que consegue compensar melhor isso. Então, ela compartilhe seus interesses: “Eu gosto muito de me reunir com meus amigos, tomar alguma coisa e filosofar sobre a vida. Também tenho um lado místico e zen. Tento meditar todos os dias, fazer yoga e amo astrologia. Estudar sobre meu mapa astral me traz muito alto-conhecimento. Eu sou a jovem mística da turma; às vezes brinco em adivinhar o futuro e, por incrível que pareça, deu certo! (haha)”. Além disso, ela adora viajar, fazer trilhas, acampar, cachoeiras, e ficar em contato com a natureza para recarregar as energias.
Em relação às suas aspirações para o futuro, ela antecipa que quer estudar espanhol e conhecer os países da América Latina; além de continuar a se dedicar na sua carreira no setor, crescendo e aprendendo ainda mais.
Em uma linha
Um livro: “Mulheres que correm com os lobos” (Clarissa Pinkola Estés, 2018)
Um filme: “O Show de Truman” (Peter Weir, 1998)
Música preferida: ‘Meia Lua Inteira’, de Caetano Veloso
Um perfume: La Vie Est Belle, by Lancôme
Um lugar para viver: qualquer lugar perto da serra, com trilhas e cachoeiras, onde consigo me desligar do mundão.
Um lugar para passar férias: Ilha Grande, Rio de Janeiro (Brasil)
Um lugar para comer: Minas Gerais tem uma culinária muito rica e eu tenho uma relação afetiva com o estado.
Uma comida: bife à parmegiana
Uma bebida: cerveja gelada
Um esporte: nos esportes, eu sou telespectadora. Adoro assistir partidas de basquete e vôlei.
Um/a professor/a: minha avó e minha mãe são as duas grandes referências na minha vida. Minha avó é uma mulher sensacional, muito sábia e a frente do seu tempo. Minha mãe me apoia muito e é um modelo a ser seguido, não se abala com as dificuldades e se dedica muito ao que faz.