Por Anamaria Bacci, jornalista e tradutora da G&M News.
Como nasce, quais são os valores e missões da RioGamer?
A nova entidade é mais uma a apostar no Porto Maravilha. Instalou sua sede no 15º andar do Novocais, um dos principais empreendimentos corporativos da Região Portuária. Eu acredito que a entidade será transformadora para o setor de jogos e esportes eletrônicos no Rio de Janeiro. Como diz em nossa página: “A RioGamer nasce do chão da fábrica dos games e do esporte eletrônico do Rio de Janeiro. Contamos com profissionais chaves para transformar o estado do Rio de Janeiro em um ambiente de negócios seguro, sustentável, democrático e mais inclusivo na indústria”.
Quem e quantas são as pessoas envolvidas? Por que a ideia de criar uma associação para os Esports no Rio?
Os atuais executivos da RioGamer são profissionais das áreas de games e Esports, e de outras áreas, mas que têm em comum uma paixão pela dinâmica desse universo. A RioGamer surge com o propósito de desafiar o status quo e desenvolver projetos inclusivos nos segmentos jogos eletrônicos e nos esportes eletrônicos principalmente. Nenhuma tecnologia irá nos colocar em um nível melhor de vida. Somente o esforço coordenado de cooperação, com as diferentes vozes do ecossistema, trabalhando na mesma direção e visão (de futuro) poderá alterar o cenário que nos aguarda.
Como vocês pretendem gerar novos trabalhos aos jovens carenciados do Rio através da Associação?
Essa é uma pergunta que só tem uma única via de solução: Educação. Entendemos que para sustentar esse Ecossistema, para que ele seja saudável, temos que ter Educação. Capacitar cérebros através de programas patrocinados, seja pelas esferas municipais, estaduais ou federais, ou pela iniciativa privada, que será convocada a entrar nesse desafio. Já estamos construindo projetos para que possamos, sem demora, levar à sociedade essa construção. Todos serão chamados a participar. Essa é uma construção coletiva, mas liderada pela RioGamer. Nosso alvo serão projetos patrocinados pela iniciativa privada e eventos.
Como farão para atrair os grandes eventos nacionais e internacionais de games e Esports?
O Rio já tem grandes eventos culturais como Rio2C, RioInfo, FITS, GameXP, RIW, GameJam Plus, entre outros, já mostram a força do Rio como capital cultural e de inovação do Brasil. Nossas iniciativas se somaram às essas bem-sucedidas para abrilhantar ainda mais o Rio. Entretanto, não estaremos limitados ao RJ em nossas ações. Pretendemos dialogar com os ecossistemas de outros estados para aprender e ajudar a construir onde formos convidados. Nossa visão é para fora a partir do Rio.
Existem projetos de educação, capacitação e treinamento?
Sim, claro. Estamos apoiando o Projeto Xboom da Esportsmaker para educação de jovens para iniciá-los no mercado de trabalho. Esse é um exemplo de iniciativa que pretendemos que extrapole as fronteiras do RJ e beneficie centenas ou, até quem sabe, milhares de jovens no país inteiro. Só temos que achar as interlocuções com o setor privado para que compre essa ideia.
Você acha que os games, assim como os esportes online, são o futuro dos jovens no Brasil?
Na realidade, eles são o presente que se projeta para o futuro. Estamos a capital da Economia Criativa e nada mais criativa que essa indústria que é, por concepção multidisciplinar, envolvendo músicos, artistas gráficos, locutores, narradores, comentaristas, roteiristas, desenvolvedores, fotógrafos, e mais uns cem números de profissões que são beneficiados direta ou indiretamente por essa indústria. Estudos comprovam que para R$1,00 investido em fomento, o Governo recolhe R$5,00 em impostos em cinco anos.
Qual é o perfil do jogador brasileiro de Esports?
Segundo a pesquisa PGB 2021, na América Latina são mais de 274 milhões de jogadores de games e 85 milhões no Brasil. O Brasil é o quinto país que irá gerar receita globalmente para os Esports, a terceira maior audiência de Esports do mundo, apenas atrás dos EUA e China, e 61% dos gamers passaram a consumir mais conteúdo sobre jogos digitais na pandemia de COVID-19.
Que projetos você tem para os próximos anos?
Mesmo sendo uma jovem associação, temos planos ambiciosos para os próximos anos, como uma incubadora de games, um espaço de treinamento de equipes de Esports, cursos de capacitação de coaches e assistentes de equipes, formação de liderança, até a formação de uma aceleradora.