Por Leticia Navarro, jornalista da G&M News.
Qual é a sua opinião sobre a regulamentação dos jogos online e das apostas esportivas no Brasil? Que estratégia de vendas a Vibra Gaming adotará para continuar a ganhar presença nesse atraente mercado?
A minha opinião sobre a regulamentação é sempre positiva. Acredito que os jogos têm de estar regulamentados. É importante que a regulamentação seja tanto para cassinos quanto para apostas esportivas. Deve ser entendido que aquele que investe para entrar em um mercado regulamentado não pode estar em desvantagem com aquele que opera a partir de um ponto.com, a nível de poder anunciar e oferecer produtos diferentes. A Vibra Gaming vai participar em diferentes eventos no Brasil, mesmo com um estande na BiS SiGMA Americas em abril em São Paulo, e vamos ter uma presença de marketing na mídia. Temos trabalhado com uma estratégia, não de agora, não desde o boom no Brasil, mas há muitos anos para conhecer o mercado, desenvolver produtos, desde jogos clássicos do Brasil passando por vídeo bingos até os scratch slots. A nossa plataforma foi inteiramente criada e projetada para o mercado brasileiro, com o qual já vínhamos trabalhando muito nessa direção e vamos nos aprofundar nisso e fazer mais coisas.
Muitas operadoras locais reclamam das disposições do projeto de lei, que estabelecem altos impostos e exigem grandes despesas para poder trabalhar no novo sistema. Você acha que isso levará à concentração do mercado e como esse processo afetará os planos da Vibra Gaming?
Sem dúvida, as barreiras de entrada são muito elevadas. Isso vai limitar o acesso ao mercado só a grandes players. Haverá que entender qual é a estratégia dos reguladores do Brasil ao longo de suas decisões, alguma maneira de selecionar o perfil e o tipo de operadoras que vão entrar. Eu, pessoalmente, sou mais partidário da variedade. Em geral, a inovação vem das operadoras ou dos empreendedores pequenos. Me parece que seria uma pena deixá-los fora. Em relação aos comentários sobre a alta tributação, sem opinar pontualmente sobre a tributação no Brasil, quando a tributação é alta, isso termina afetando o pagamento do jogador. Ao afetar o pagamento do jogador, de volta, a operadora que apostou por regulação desfavorece contra a não regulada, que não tem estas restrições. Isso se combina com uma regulação que não seja um castigo para os que regulam e limitam, obviamente, a operação dos não regulados. Dessa maneira, há um retorno de inversão nas operadoras que apostam por regulação e podem operar em um plano onde são competitivas. Sobre como isso afeta a Vibra, nós, os produtores de conteúdo e plataforma, não somos diretamente prejudicados, mas, por exemplo, se se limita e se restringe a quantidade de operadoras reguladas e dão a elas condições menos competitivas, de uma forma indireta, termina nos afetando.
Embora sua empresa já tenha fechado vários acordos com operadoras brasileiras, especialmente a parceria com a nVenue para trazer as micro apostas (bem-sucedidas nos Estados Unidos) para o Brasil, por que você considera que essa modalidade também pode ter sucesso na América do Sul?
Descobrimos que o perfil do apostador brasileiro é de um jogador que gosta de inovações, de conhecer novas alternativas e também pelo nível de acompanhamento que o jogador brasileiro dá ao esporte. É um modelo que, como mencionado, tem sido bem-sucedido nos Estados Unidos. Acreditamos que vale a pena experimentar no Brasil, expor o jogador brasileiro a esse tipo de aposta e temos muita fé que as micro apostas darão ao jogador brasileiro opções atraentes na hora de jogar.
Em termos de conteúdo, os produtos da Vibra Gaming, como o Scratch Card e Crash Games, têm um grande impacto entre os apostadores brasileiros. Que outras propostas vocês planejam lançar com foco nesse mercado para impulsionar as vendas no país?
Os produtos da Vibra Gaming têm boa repercussão entre os apostadores brasileiros. O Crash Games tem sido um grande sucesso no Brasil desde que começou. Não estamos descobrindo nada lá. Estamos nos juntando a um tipo de produto que hoje é padrão e não pode faltar na maioria dos cassinos ou na Game Library dos desenvolvedores de conteúdo. Com relação ao Scratch Card ou ao Scratch Allot que lançamos, acreditamos que estamos um passo à frente das outras empresas. Com a regulamentação das loterias estaduais, que permitem que as operadoras lancem produtos lotéricos, e antecipando isso, começamos a trabalhar e a desenvolver jogos de slots ou jogos que tenham um aspecto de slots, uma funcionalidade semelhante à de um caça-níqueis, mas que, em vez de serem alimentados por um gerador de números aleatórios (RNG), são alimentados por um pool de Scratch Card. Dessa forma, conseguimos que eles fossem certificados como jogos de loteria e esses são caça-níqueis que podem ser disponibilizados ou são jogos de loteria com um nível de entretenimento e diversão semelhante ao dos caça-níqueis, que podem ser disponibilizados para o mercado de loteria estadual de forma regulamentada. A partir do interesse que esses jogos e a atracção que estão gerando, estamos ampliando a nossa game library Scratch slot. Também estamos em conversações com vários colegas desenvolvedores de conteúdo para colocar nossa tecnologia e essa inovação à disposição deles, para que possam incorporar o seu conteúdo dentro da nossa distribuição, cumprindo com a regulação lotérica.
Quais são os projetos da Vibra Gaming para o Brasil em 2024?
No desenvolvimento de conteúdo, temos algumas surpresas que no momento não vamos mencionar, mas continuamos trabalhando, apostando muito forte na América Latina e, particularmente, no Brasil.