Por Anamaria Bacci, jornalista e tradutora da G&M News.
Como foi seu começo no poker?
Comecei a jogar poker em 2004, no Paradise, um pequeno torneio de 50 reais, onde fiquei em terceiro lugar. A partir daí, joguei sem parar. Quando percebi que na verdade estava ganhando mais com as cartas do que com a minha empresa de design gráfico, decidi fechá-la em 2008 para me dedicar totalmente a essa disciplina.
Quais foram suas maiores conquistas no poker, prêmios que você destaca?
Campeão mundial no Main Event de Texas Hold’em, Main Event do WSOP em 2019, finalista nos três mundiais de Pot-Limit Omaha no Brasil, Mesa Final do WPT Brasil (6º), 2º lugar no KSOP de 2018. Jogo poker live todos os dias.
Você tem um clube de poker. Como a pandemia afetou o movimento no âmbito online e mais especificamente a sua empresa, o @Clubecampion? Foi bom pra você?
Como o poker é online e não mais presencial, a pandemia afetou muito pouco. Pelo contrário, até ajudou, porque quem jogava em clube físico passou a jogar online, assim como eu. Então o @clubecampion não parou de crescer dentro do PokerBros. Acho que somos hoje o clube que gera mais rake na Liga Euforia. Com o lockdown, os jogos online triplicaram e agora se normalizaram novamente.
Você é casado com uma jogadora profissional também, a Milena Magrini. Você acha que as mulheres e os homens têm iguais oportunidades nas mesas?
Claro! O poker é o esporte da mente. A quantidade de cartas é a mesma, é só querer. Com duas ou quatro cartas, não muda nada. Nos esportes como tênis, vôlei, por exemplo, é diferente por causa do físico, mas no poker não muda nada.
Qual foi o torneio mais difícil pra você até hoje e qual é o seu sonho de consumo no poker? Onde você gostaria de chegar?
O torneio mais difícil pra mim foi o WSOP Rio, que cravei, e o BSOP Millions,que caí em 9º na final table, em setembro de 2019. Meu sonho é ganhar um WSOP Main Event em Las Vegas.
Quem são seus ídolos no poker?
Meu ídolo é o Grow (Fernando “Grow” Garcia), que me ajudou desde o começo, além de amigo. Ele me ajudou e ensinou bastante. Gosto e admiro. Também tenho meus conhecidos dos quais eu sou fã: o João Simão, Rafa Moraes, André Akkari, Thiago Decano, Pardro Padilha e Fernando Viana “bebe”, que jogam muito bem, e a Milena Magrini como jogadora mulher que joga live.
Você é a favor da regulamentação dos jogos de azar no Brasil e da abertura de cassinos-resort e também fora deles?
Sou 100% a favor, claro. Sou a favor porque cada um joga com o seu dinheiro. Cada um faz o que quer com seu dinheiro. Se cobrassem os impostos regulamentados, geraria muito mais dinheiro aqui dentro do Brasil e as pessoas não levariam seu dinheiro lá fora pra jogar, porque todo mundo joga do mesmo jeito, ninguém deixa de jogar porque não tá permitido. Os cassinos lá foram bombam com o povo brasileiro. Então o lucro podia ser aqui com o jogo estando regulamentado.
Tem algum projeto acontecendo agora, durante a pandemia?
Além do Clube Campion, eu estou promovendo um fim de semana de Cash Game no Guarujá (SP) que acontece de três em três meses, onde formamos cinco mesas de poker, com show ao vivo para as famílias dos jogadores. É um evento para a família inteira. Dentro das restrições da pandemia, claro. O poker é pra família, podem ir os filhos, as esposas, quem quiser.
Que conselho você daria para quem está começando agora no poker?
Ganhar é fácil, difícil é aprender a perder!