Certamente você, leitor, me verá falando de temas muito mais técnicos do que este, ao longo dos meus artigos para esta coluna. Desta vez, abordo um viés cotidiano e atual, visto que estamos indo de frente com uma possível regulamentação. Ao longo dos meus 14 anos como apostador, fazendo parte desta mesma cena, preciso fazer algumas ponderações.
O fato é que o Brasil é um país-continente, ou seja, ele é tão grande e tão capaz de popular qualquer tema que sempre que temos a chance de perpetuar novas ideias de algo assim fazemos, mas nem sempre da melhor maneira, e este é o alerta deste artigo.
NÃO ACREDITE EM SUCESSOS MILAGROSOS
Indo direto ao ponto, eu não sou o dono da verdade, muito menos sou capaz ou gostaria de ditar regras para dizer como as coisas devem funcionar, mas profundamente me dou a grande inundação de novos “projetos milagrosos”, ou consultorias, ou treinamentos ou o que quer que seja que passe a mensagem de “garantir uma renda extra FIXA de X por cento ao mês”.
Infelizmente, basta abrir o Instagram ou qualquer rede social, e vai se deparar com uma enxurrada de milagrosos projetos sobre as apostas, e pasmem, muitos deles, nem são feitos por apostadores. É um fato que muita gente percebeu o quanto é atraente “vender” uma promessa de alguma renda garantida para atrair novos clientes. Hoje, temos atrizes, atores, blogueiros, blogueiras dos mais diversos nichos virando simplesmente “tipsters”, ou seja, vendendo palpites “profissionais” aos novos apostadores.
Fazer parte desta “cena” de apostas no Brasil foi pra mim muito importante em termos profissionais; poder contribuir com um crescimento tão grande (saber que antes tínhamos apenas uma comunidade de Orkut, e hoje temos tanta coisa). É realmente gratificante olhar para toda essa caminhada e ver onde estamos, com tanto desenvolvimento em questão de novos criadores de conteúdo e tanta gente que lutou para ter esta regulamentação.
APRENDER A METODOLOGIA
Apostar esportivamente está diretamente ligado a rentabilizar em renda variável, uma vez que todo apostador se prende ao chamado ROI (Return of Investment), e não há garantia de ninguém, em nenhum lado, nunca, que possa entregar alguma % a ti. A mensagem de que comprar algum produto (seja ele físico, virtual, educacional ou de qualquer espécie) e que vai te trazer algum retorno garantido é o ápice de qualquer artimanha de marketing agressivo e desleal, e isso é o que mais vem acontecendo.
O apostador precisa aprender a metodologia que está por trás dos números, as engrenagens que de fato te levarão a poder se sustentar ao longo prazo, desde como precificar uma linha de um evento até controlar sua gestão de banca. Contratar um coaching, ou qualquer serviço que possa lhe ajudar a aprimorar tecnicamente ou emocionalmente, é uma boa escolha, mas desde que não seja com conversas de lucro garantido, ou de facilidade, aliás, não existe nada fácil neste meio, e os números provam que cerca de 97% dos apostadores não são lucrativos ao longo prazo.
Enfim, este artigo pode servir como alerta para você que está iniciando agora nas apostas esportivas e tem o sonho de se tornar profissional e viver disso como fonte de renda principal, ou a você, que pretende entrar na indústria de alguma maneira, oferecendo algum serviço ou produto. Vamos nos preocupar com o todo, e não somente com mensagens abusivas. Afinal, a saúde mental do ser humano é o mais importante, e ela está em jogo, o tempo todo.