A paixão pelas apostas desportivas continua a crescer em Portugal. A Primeira Liga é chamada Liga Betclic. Das 18 equipas do principal escalão do futebol português, 13 disponibilizam a frente das camisolas para dar o nome a uma casa de apostas, um 72%. O Placard patrocina seis equipas (Boavista, Chaves, Famalicão, Farense, Moreirense, Vitória), a Solverde três (Estoril-Praia, Rio Ave e Vizela), a Betano duas (FC Porto e Sporting), a Moosh uma (SC Braga) e a ESC Online uma (Casa Pia). Por certo, Portugal encabeça a lista das ligas (do top 10 da UEFA) mais vinculadas às casas de apostas.
Nos primeiros seis meses de 2023, as apostas registaram uma média de 4,4 milhões de euros por dia à cota (apresentadas por referência e com um valor relativo a uma modalidade desportiva), num total de 799 milhões, revelam dados do relatório do Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos (SRIJ).
O valor engloba as 13 empresas detentoras de licença de jogo legal no território, deixando de fora o mercado paralelo. Em 2018, a faturação cifrava-se nos 319,8 milhões de euros. Em 2022, o indicador ascendia aos 1500 milhões de euros (+369%).
Quanto a utilizadores inscritos, o valor também tem subido. Em 2018, havia registo de 414 mil pessoas, sendo que atualmente 3,8 milhões de utilizadores, já que uma pessoa pode estar inscrita em mais do que uma plataforma de apostas. A zona do Porto é a que tem mais registos no último semestre, com 21,2%, ligeiramente acima de Lisboa, que conta com 20,6% dos utilizadores.
O futebol lidera no mundo das apostas desportivas em Portugal, com 68,4%. Em segundo lugar, aparece o ténis (20,1%), e em terceiro, o basquetebol (7,4%).
No segundo trimestre deste ano, havia registo de 13 licenças para exploração de apostas desportivas à cota e 17 para exploração de jogo de fortuna e azar. Em 2023, o SRIJ notificou 25 operadoras ilegais para encerramento e 65 sites de apostas para serem bloqueados.
Por isso, o Governo vai levar a votação uma proposta de lei de combate à corrupção desportiva, que enquadra as apostas ilegais, que prevê a criação de uma plataforma nacional destinada ao tratamento da manipulação de competições desportivas, e que visa manter a integridade das competições. Esta plataforma vai estar sob alçada da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária (UNCC).