Por Anamaria Bacci, jornalista e tradutora da G&M News.
Desde quando você está em sua posiçao en la companhia? Em que consiste seu trabalho?
Como Country Manager da Betclic Portugal, desde abril 2021, sou responsável por toda a equipe e pelos resultados da empresa. Estabeleço objetivos e metas de performance para na firma, levando em conta os objetivos gerais, bem como as oportunidades e desafios da indústria. Juntamente com a minha equipa, pensamos em abordagens e estratégias que nos vão permitir lá chegar. Estamos focados em atingir metas de aquisição, conversão e retenção. Para isso, identificamos oportunidades de otimização operacional, mais também ideias fora da caixa que nos podem ajudar a chegar lá mais rápido, e depois desenhamos um plano para a sua concretização. Outras funções que tenho é definir toda a estratégia e plano de marketing e desenvolver ao longo de todo o ano as campanhas e iniciativas que nos vão fazer chegar onde queremos, tanto do ponto de vista do negócio, mas também na construção da nossa marca de entretenimento única, autêntica, e relevante muito para além da nossa indústria. Devido ao carácter altamente regulamentado da nossa indústria, é importante desenvolver e manter estreitas relações de trabalho e comerciais com todos os nossos parceiros, agências e reguladores.
A grande novidade é que a Liga Portuguesa de Basquete Feminino receberá, durante os próximos três anos, a mesma remuneração de patrocínio que a competição masculina. Como foi esta decisão e qual será o investimento total?
Sim, de fato. A Liga Feminina de Basquetebol vai receber, durante os próximos três anos, o mesmo valor de patrocínio que a competição masculina aufere atualmente. A verba, que atinge o valor total de cerca de €3 milhões, resulta do protocolo de parceria celebrado entre a Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB) e a Betclic. A decisão de igualar o patrocínio das duas ligas prende-se com a naturalidade com que, tanto a Betclic como a FPB, encaram o princípio de equidade entre as duas competições, como forma de ajudar o crescimento e potencial da modalidade de basquetebol em Portugal. Queremos que este protocolo que assinamos com a FPB seja um passo na direção da equidade: o de investir em, e promover as modalidades masculinas e femininas de forma igual para que o futuro seja diferente.
Qual é a importância deste acordo e que benefícios trará para a Betclic e a Federação ao mesmo tempo?
Esta parceria faz parte de uma estratégia de valorização do basquetebol nacional. O objetivo desta colaboração no fundo é potenciar ambas as ligas, disponibilizando as mesmas condições, e ajudando desta forma as competições a crescer e apresentarem-se como ligas de topo europeu e mundial, posicionando-as para a captação de talento e a entrada de jogadores e jogadoras conceituados, e implementando um novo paradigma de visibilidade para o basquetebol, independentemente de ser praticado por homens ou mulheres. Com este patrocínio, estamos a investir diretamente nos clubes e na Federação para que tenham de facto as condições certas. Nosso outro grande foco é dar visibilidade e trazer o espetáculo para o basquetebol português promovendo ativamente a Liga Betclic nos media, fazendo uma activação dos jogos da Liga Betclic como nunca antes foi feito em Portugal. Uma ideia é disponibilizar o live stream de todos os jogos da liga, dando visibilidade e mobilizando os fãs destes desportos através da força das nossas redes sociais, criando conteúdos de formatos longos e curtos, de alta qualidade, e que vão dar a conhecer de forma mais íntima e diferente o basquetebol em Portugal. Além disso, o outro conceito é levar o jogo para rua, para o pé de quem não convive habitualmente com o basquete com iniciativas como é o caso do street basket, por exemplo. Esperamos também com este passo contribuir para a discussão da equidade no desporto e que este exemplo sirva de referência para outras modalidades desportivas.
Existe diferença entre o basquete masculino e o feminino na questão gênero? Em que outros aspectos do esporte a Betclic investe para a igualdade de gêneros e remuneração?
Acho que, do ponto de vista do talento, o paradigma é o mesmo: temos incríveis atletas em todas as modalidades, tanto no desporto masculino como feminino. No entanto existem claras diferenças na visibilidade que cada um tem. É óbvio que o valor comercial atual das modalidades é desigual, mas também é verdade que os pontos de partida não são iguais: o desporto masculino foi profissionalizado, na sua maioria, muitas décadas antes do desporto feminino. Houve um grande investimento de pessoas e recursos, o que significa que a visibilidade e profissionalização atual dos desportos masculinos não apareceram de repente. Elas foram construídas ao longo de muitos anos. Para lá chegarmos com os desportos femininos, temos de dar estes passos e sinais positivos contribuindo para um debate sobre a igualdade. Também acho que nem tudo se mede em termos de visibilidade pura: a liga feminina e o tema da equidade é uma oportunidade para a Betclic demonstrar os seus valores e a sua paixão pelo talento, e pelo desporto, independente de ser jogado por homens ou mulheres. Tentamos aplicar este raciocínio a tudo o que fazemos. Por isso, a nossa abordagem tem sido não criar ações específicas para mulheres, mas pensar as nossas iniciativas de raíz no sentido de promoverem a equidade. Esta lógica já está integrada nos projetos que temos vindo a realizar.
Como foi a chegada de Neemias Queta à NBA, tornando-se o primeiro jogador de basquete português a atingir tal feito?
O basquetebol nacional é um incrível caso de sucesso, com jogadores tanto da liga feminina como masculina a serem recrutados para jogarem naquela que é a maior e melhor liga do mundo: a NBA. É este o caso da Ticha Penicheiro, e agora também do Neemias Queta, que se tornou este verão o primeiro português a entrar na NBA. Este é um momento histórico para o basquetebol português. O Neemias tem um talento especial e uma incrível história de vida que torna ainda mais surpreendente tudo aquilo que ele já conseguiu fazer. É uma história tão forte que achámos que merecia ser contada. Por isso, produzimos um documentário que se chama: ‘Neemias Queta – Dream Big’, e que lançaremos já em novembro, contando toda a sua história desde o bairro e a família onde cresceu, até ao draft da NBA e o dia da sua seleção que fomos filmar aos EUA. Fiquem atentos!
Quantas equipes a Betclic patrocina hoje em dia? Também está envolvida com os Esports?
A Betclic apoia de momento 78 equipas de várias modalidades. Desenvolvemos uma estratégia de dar mais visibilidade a uma maior amplitude de desportos a nível nacional. Nesse sentido, temos uma equipa de Esports que é a Betclic Apogee. Sustentamos um grande número de equipas amadoras das mais variadas modalidades, tanto masculinas como femininas, com projetos como o ‘Betclic Amor à Camisola’, que consiste na atribuição de umas bolsas de apoio financeiro e fornecimentos de equipamentos produzidos de forma sustentável. Por exemplo, apoiamos ainda os Lisboa Lions, que são uma equipa de futebol americano.
Quais são os planos para o futuro da empresa neste quesito?
Continuaremos focados na ativação da incrível Liga Betclic e em trazer o espetáculo para o basquetebol português. Prosseguiremos a ser também uma marca que promove o debate sobre a equidade e diversidade no desporto, e sobre o impacto positivo que podemos trazer de, e para o desporto. Como marca de entretenimento que somos, é provável que vejam muito mais conteúdos de assinatura nos nossos canais, produzido através da Betclic NXT, nossa plataforma de co-criação que materializa e divulga as visões de uma comunidade apaixonada pelo desporto, com temas que vão desde desportos urbanos (‘Urban Being’) até às 72hrs antes de competir focado em Atletas Olímpicos portugueses (‘72hrs’).