Por Leticia Navarro, jornalista da G&M News.
Recentemente, você foi apresentado como Gerente de Marketing e Afiliados na companhia. Como você descreveria sua trajetória profissional até aqui, o que espera aportar à empresa e qual a amplitude de sua atuação neste novo desafio?
Estou bem feliz com a ascensão ao novo cargo. É um grande desafio, com certeza, porque a Rio Jogos é uma marca que vai atuar no mercado regulamentado. A empresa já tem a licença estadual e virá com muita força. Na minha trajetória de mais de quatro anos no mercado iGaming, atuei como CEO de uma marca e CMO de outras duas. Era um mercado totalmente diferente, num ambiente incerto, com um limbo jurídico e entendimentos difusos. A regulamentação que ocorreu no ano passado veio para validar a indústria de jogos online no Brasil. Nesta nova realidade, temos que nos adaptar a muitas questões, principalmente, em relação ao marketing, a forma de fazer a publicidade da marca e de captação de clientes. A linguagem tem que ser voltada para mostrar que o jogo é uma forma de entretenimento com uma possibilidade de ganhos ou perdas, não uma forma de renda extra. A publicidade, com regras restritivas, mas que permitam uma amplitude de divulgação, vai fazer o setor ter um crescimento exponencial e com muitos novos adeptos. Confesso que as perspectivas são as melhores possíveis!
A Loteria do Estado do Rio de Janeiro (LOTERJ) anunciou a casa de apostas Rio Jogos como a quinta bet licenciada para operar apostas esportivas e jogos online no Estado. Como foi este processo, quais as exigências e como a Rio Jogos se posiciona com relação à concorrência a partir das estratégias de diferenciação no mercado?
Em relação à aquisição da licença pela Loterj, se trata de um processo bem minucioso que temos que cumprir várias exigências administrativas, fiscais, financeiras, técnicas e por fim, passar pela prova de conceito para que a licença seja aprovada. É um processo muito importante para mostrar a capacidade da marca, para se adequar a todos os requisitos legais. Também, é um diferencial muito grande você ter essa licença, principalmente agora nesse período que a licença federal não foi emitida. Então a marca conseguiu dar um passo à frente dos concorrentes, e já se mostrou hábil para poder atuar no mercado. Além disso, vai trabalhar muito forte com ações de branding, começando pelo Estado do Rio de Janeiro, mostrar realmente a que veio, e depois vamos para todo o país com ações em diversos Estados. A ideia é proporcionar experiências para os usuários, não só de divertimento online, mas atuação em vários eventos esportivos, festivais de música e outros a serem tanto patrocinados quanto feitos pela própria marca Rio Jogos.
Neste cenário concorrido no mercado de jogos e apostas, qual a importância de os usuários jogarem nas bets legalizadas comparadas às que são ilegais? Quais características específicas e fundamentais que diferenciam uma legal de uma ilegal? Pode haver um controle seguro neste sentido?
Devemos insistir no conceito de que é fundamental que os usuários optem por casas regulamentadas. Os motivos são óbvios, como a segurança em relação ao saque, a ter um atendimento eficiente, se ter a preocupação com a saúde financeira dos clientes, dentre outros. Vemos muitos sites que os clientes depositam, depois o site sai do ar e praticamente ninguém consegue sacar. Então é uma característica chave dar essa transparência, ser uma casa legalizada e que passe credibilidade para os seus clientes. Haverá um controle rígido do Governo brasileiro, e já está tendo um controle estadual com o bloqueio de algumas bets que não têm licença no Estado do Rio de Janeiro. Isso vai se propagar para o território nacional quando as licenças federais forem emitidas. Teremos uma fiscalização árdua e um combate a essas bets ilegais que não dão nenhuma segurança para os seus usuários.
O que você pensa sobre a questão dos influencers no Brasil serem cotados para divulgarem jogos em seus perfis? É uma característica do mercado brasileiro a utilização desta estratégia em comparação com outros mercados fora do Brasil?
O marketing de influência no Brasil é bem forte, e vemos constantemente influenciadores digitais fazendo propaganda para casas de apostas. No mercado regulamentado, isso vai mudar muito no que diz respeito a forma de comunicação. Existe uma série de procedimentos que o CONAR aprovou, e não tenho dúvida que vai mudar muito como os influencers fazem a divulgação do nicho e também a atuação dos experts em marketing digital, que realizam ações de trafego pago em diversas redes e usam vários funis com alto poder de persuasão. Algumas exigências, por exemplo, de botar hashtag publi, o símbolo ali de 18+, enfim, uma série de procedimentos, principalmente porque a gente tem que se preocupar com o jogo responsável, e os influenciadores com seu potencial de persuasão a expressão não podem ser diferentes. Tem de ser tratado ali como realmente o jogo sendo uma diversão, entretenimento, não é renda extra, como muitos influenciadores falam hoje em dia.
Como vê o futuro do mercado regulado de jogo no país, e as tendências que podem surgir neste processo?
O futuro do mercado regulado é muito promissor, e agora a gente vai ter campanhas publicitárias sérias e ostensivas que vão mostrar que o jogo é entretenimento e ponto. Uma forma social de você poder interagir, poder se divertir, tendo claro a responsabilidade sempre atrelada. Isso vemos em mercados parecidos, como o mercado de bebidas, por exemplo. É liberado o álcool, porém as pessoas devem beber com moderação, e faz parte da nossa sociedade. No jogo também é assim, é diversão, então acho que a publicidade vai ficar muito voltada para mostrar, desmistificar, tirar um pouco dessa imagem pejorativa que ficou do jogo no Brasil. Conseguimos ver novas perspectivas surgindo, como realmente as pessoas levando o jogo como divertimento, reunindo amigos para jogar, para passar tempo e tal. Vão surgir tendências que vemos lá fora, em países desenvolvidos, como em algumas regiões dos Estados Unidos e Inglaterra, que são países com estudos do comportamento humano bem fortes. Lá nos Estados Unidos nós temos Estados onde é liberado o cassino, online e até físico. Na Inglaterra também, que é referência mundial econômica e com preocupação social bem forte, também são liberadas as apostas.
A G&M News prepara um grande evento para agosto 2025 no Rio de Janeiro, como parte de uma agenda internacional que tem realizado em várias cidades em inúmeros países. Qual a importância destes eventos e o que você considera ser um diferencial nas propostas dos encontros realizados pela G&M News?
Os eventos da G&M News tem características peculiares por ser uma empresa que se preocupa com a aproximação dos participantes, um networking mais afetivo. São eventos mais reservados para um público não tão numeroso, pois as grandes feiras acabam distanciando as pessoas até de fecharem negócio, de fazerem ali uma certa amizade. Então é uma característica bem intrínseca dos eventos da G&M News, o que é muito importante para aumentar os laços profissionais do pessoal do mercado de iGaming, da indústria como um todo. Sendo no Brasil, já vamos observar essas novas tendências, esse novo mercado regulamentado um pouco mais maduro. O G&M Eventos Brasil 2025 no Rio de Janeiro será depois do meio do ano, tempo que consolidará mais ainda novas atuações do mercado aqui. Com certeza, esse evento vai ser muito atrativo para todos poderem ver aqui no território nacional, no Brasil, as diferenças que aconteceram nesse percurso e poderem adaptar os seus negócios à nova realidade do Brasil. Acredito que vai ser um evento bem intimista, com muito business para ser feito.