Por Leticia Navarro, jornalista da G&M News.
Você pode dar um panorama sobre o mercado de jogos português e o papel da Lebull neste contexto e seus diferenciais que lhe conferem o êxito diante da concorrência?
O mercado gambling português está regulado desde 2016, tanto para as apostas desportivas, casino e poker. Somos considerados um mercado altamente regulado com regras e normativas muito específicas. Principalmente, não temos disponíveis todos os desportos e mercados para apostar. Existe uma lista de desportos e mercados fornecidos pelo regulador SRIJ que podemos oferecer (não são permitidos desportos virtuais ou Esports neste momento, por exemplo). Para o casino, a principal limitação é que não é permitido casino ao vivo; apenas máquinas slots RNG e jogos de mesa. O poker é permitido com liquidez partilhada entre alguns mercados europeus regulados. Existem atualmente 30 licenças em Portugal, distribuídas por 17 operadoras que oferecem casino, apostas desportivas e poker. No primeiro trimestre de 2024, o mercado gerou 261 milhões de euros em receitas brutas, em comparação com 227 milhões de euros do quarto trimestre de 2023. Em termos de tributação, nas apostas desportivas, o mercado paga 8% de imposto sobre o volume de apostas e 25% de imposto sobre as receitas dos jogos de casino. A Lebull.pt entrou no mercado em meados de 2023, e em 2024 elevou a sua atividade a outro nível. Temos o antigo futebolista português Luis Figo como embaixador da marca. Também, recentemente, anunciamos o patrocínio do CD Santa Clara, a maior equipa do arquipélago dos Açores. Estamos a trabalhar todos os dias para que a nossa marca seja reconhecida como um player de topo no mercado nacional.
Em relação a Figo e ao CD Santa Clara, qual a importância para a empresa estes vínculos, o alcance e representatividade junto aos usuários e critérios que a firma estabelece para estas parcerias?
Estes vínculos com personalidades e equipas desportivas são veículos importantes de marketing, uma forma de dar visibilidade junto a um público mais alargado que adora futebol. O patrocínio principal do CD Santa Clara foi um passo essencial na nossa estratégia pois vai nos permitir dar a conhecer a nossa marca e valores junto a um parceiro que está 100% alinhado com os nossos valores. Estamos neste momento focados e alinhados com o Santa Clara em vários instantes, nas redes sociais, em activações, etc., sempre junto ao público que adora o Santa Clara.
Estou interessada na sua opinião sobre o jogo no Brasil. À medida que as operadoras entram nesse mercado buscando ganhar posicionamento, quais os principais fatores que você considera determinantes para o sucesso no país, diante também do processo de regulamentação das apostas?
Ao entrar em novos mercados, é absolutamente necessário avaliar o estado atual, os potenciais clientes e encontrar o próprio caminho. Embora isto possa parecer muito generalista, creio que esta é a fórmula para ingressar num novo mercado: é necessário conhecer as operadoras já presentes no mercado, as tendências e ser capaz de se adaptar e procurar o seu próprio espaço. Agora, se for uma marca suficientemente grande, a sua estratégia pode ser apenas continuar a fazer o que sempre fez, mas está essencialmente à espera que o mercado se adapte à sua marca e não o contrário. É uma estratégia válida se temos uma marca grande o suficiente, mas será a melhor? Claro que isto pode ser válido e funcionar, mas eu acredito que quando queremos conversar cara a cara com o nosso cliente, é preciso estar mais próximo e compreender a diferenças essenciais entre um mercado e outro. Da mesma forma, o marketing, a publicidade, a sua presença nas redes sociais, os seus anúncios televisivos, etc, devem ser levados em consideração. É preciso saber falar a língua local. O mercado brasileiro é muito difícil de decifrar. Em relação a Portugal, por um lado, partilhamos a mesma língua, alguns costumes e até tradições e o mesmo amor pelo futebol. Mas, por outro lado, é um país e um mercado tão grande e diversificado que, nessa medida, é semelhante ao dos EUA, pelo que os esforços de marketing têm de corresponder à dimensão e às diferenças do país. O que pode parecer uma boa estratégia em São Paulo pode não funcionar ou traduzir-se bem no Rio de Janeiro. Mais uma vez, é necessário ser capaz de se adaptar e ter pessoas no terreno para obter um feedback constante.
Quais são alguns dos principais recursos tecnológicos que a indústria iGaming está lançando mão para acompanhar a evolução das apostas desportivas e casinos em geral? A Lebull tem cartas na manga neste sentido?
A palavra de ordem do momento é, sem dúvida, a Inteligência Artificial. Estamos a começar a ver a IA a chegar às apostas desportivas e aos casinos e, de um modo geral, pode ser muito positiva para a experiência do utilizador. A machine learning seráa tendência nos próximos anos em tudo o que estiver relacionado com as TI. Recentemente, implementámos um motor de IA na página do casino em Lebull.pt e estamos atualmente a testar os resultados. Este monitoriza a atividade de jogo e apresenta informações sobre os jogos com base na utilização e não apenas na intuição humana.
Quais são os desafios, perspectivas e projetos para o resto de 2024 da Lebull?
Agora que entramos na reta final de 2024, estamos focados em crescer. Temos várias novidades já no próximo mês de setembro e vamos continuar a procura de dar a melhor experiência de jogo online aos nossos clientes. Desde novos jogos casino a uma maior dedicação às apostas desportivas, temos muitas surpresas até ao final de 2024.