Dizem os boleiros que, antigamente, era só chegar para o jogo e jogar, que praticamente os jogadores de mais qualidade não se importavam com o treinamento, até porque a parte técnica sempre se sobressaiu da parte tática. Porém, nem tudo fica igual com o passar dos anos, e é sobre isso que quero tratar nesta coluna.
Vamos pegar o exemplo do PSG no jogo diante do Manchester City na Inglaterra. Temos o PSG com Mbappe, Neymar e Messi, talvez este o trio de ataque mais forte na recente história do futebol. Há alguns anos, só isso já teria feito esse time vencer quase tudo o que jogou, mas e agora? E o que esse caso, e tantos outros têm a ver com apostas esportivas?
QUALIDADE VS TÁTICA
O fato é que o “jogo muda”, ou “table turns”, e isso precisa estar MUITO claro dentro do mindset do apostador e de suas técnicas, no momento de precificar um evento e entender se a ODD disponibilizada pelas bookies está bem colocada. Em termos de futebol, a evolução nesse exemplo é clara. Vamos ter aqui um time com sete jogadores de linha que marcam, se preocupando com a parte técnica do time, e três jogadores que, do meio para frente, são excepcionais, mas não agregam em nada para o time em termos táticos.
Até vimos o claro exemplo de: “uma peça fora do tabuleiro é capaz de causar um estrago, três ainda?”. O Man City é um time com muito menos estrelas, mas joga de forma conjunta, sempre atacando e marcando em bloco, o seu camisa 9, é apelidado de volante, para se ter uma ideia. Recentemente, o mercado confiou muito, por exemplo, no +0,75 AH para o lado do time francês, assim como confiou em outros jogos que tiveram este mesmo viés, e o RED se bem analisado, lhe faz encontrar a evolução do jogo.
EVOLUÇÃO AO LONGO DOS ANOS
Um exemplo que deixa claro a evolução tática dentro do jogo, e que me fez sentir essa mudança nas apostas é o seguinte. Há oito ou sete anos, aproximadamente, quase todas as linhas de gols dos jogos do Campeonato Brasileiro Série A possuíam o Spread de 2.75 ou 2.5, e muitas vezes, passavam o 3. Isto é, o mercado esperava muito mais gols nos eventos do que temos hoje. Obviamente, para esta precificação, se contavan fatores básicos: parte tática deficiente ou mais preocupada em atacar do que o defender; um futebol brasileiro onde tínhamos grandes atacantes, batedores de falta e mais qualidade técnica; treinadores mais ofensivos e com mais opções, e o próprio jogo em sí, que era jogado de forma diferente.
O futebol hoje é como um tabuleiro de xadrez, e NEM sempre o melhor time tecnicamente vence, mas quase sempre a equipe mais preparada para ganhar é a campeão. Indo para o basquete, na NBA mesmo dizemos muito que ataques ganham jogos, mas defesas ganham campeonatos.
AMBIENTES, MUDANÇAS E ESTRATÉGIAS
Existe também uma expressão muito famosa mundialmente no meio das apostas que é o “Smart Market”, que trata justamente deste tema. Deixa claro que todo mercado vai se tornando mais inteligente. Outro exemplo é o mercado de ambas as marcas, que antigamente possuía pouca liquidez, e atualmente esbanja tanto em plataformas como em menores bookies uma força de odds que competem com over/under.
O recado é também das apostas esportivas. Vindo de um mercado de IT, eu posso dizer que, dentro de qualquer empresa, você precisa ficar atualizado com o que acontece, pois em todo meio as mudanças são significativas. Transformar-se é também evoluir.
Lembro que eu mesmo, por alguns anos, tive dificuldade em entender que o FLAT stake, por exemplo, era inferior ao STAKE variável (apostar em quantidades diferentes do que fixar-se sempre no mesmo número de unidades), mas o mercado e os meus números me mostraram que eu deveria muito tomar essa decisão. Depois de conseguir entender que isso seria beneficioso, mudei a minha gestão de stake. Se todos nós queremos demonstrar ao mundo que apostar esportivamente vai muito além das linhas de clicar para jogar, devemos tomar cuidado com todo ambiente e suas mudanças.