Por Anamaria Bacci, jornalista e tradutora da G&M News.
Fluminense nata, tendo passado a infância com sua avó, mãe e tio no Flamengo e a adolescência em Laranjeiras com sua mãe, desde cedo Amanda Fontes é apaixonada por esportes: futebol, vôlei, xadrez, damas, gamão. Ela aprendeu o quão importante era trabalhar, e desde os 13 anos já ajudava a família financeiramente. Amanda estudou Educação Física na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sem concluir por causa dos horários corridos do poker, que já naquela época consumiam a maior parte do tempo. Hoje, ela trabalha poker full time, como diretora da WSOP e KSOP no Brasil e agente na PPPoker.
A CONTRIBUIÇÃO FEMININA NO POKER
Com apenas 32 anos, ela sabe que os salões de poker são um ambiente predominantemente masculino, principalmente quando ela começou em 2010, mas ao longo do tempo as mulheres foram sendo inseridas tanto como profissionais, como jogadoras. Com a regulamentação do poker como esporte da mente, mais mulheres passaram a ter interesse e buscaram conhecer o jogo a fundo, mas mesmo assim com poucas representantes ainda no esporte. “Acredito que falar sobre o assunto ajuda bastante a trazer novas mulheres para o poker de forma geral, ainda mais pra incluir as famílias dentro do ambiente do poker”, diz Fontes. “Esposas que às vezes ainda têm alguma rejeição, quando inseridas no meio, podem acompanhar os maridos, estudar juntos os jogos, viajar juntos para torneios e assim por diante”, ela sugere.
Fazendo um balanço de seu trabalho no poker e os torneios que organizou, ela conta que começou no poker profissional em 2010, num clube do Rio de Janeiro, o Sinuca Catete, organizando torneios locais. Em 2011, foi convocada para trabalhar num evento de âmbito nacional, o BSOP e fez então seu primeiro grande torneio como dealer. “Sempre me dediquei bastante a estudar o jogo, as regras, outras modalidades além do Texas Hold’em, que é a modalidade mais tradicional hoje em dia”, conta. Em 2015, ela assumiu o cargo de coordenadora de Dealer floor (supervisora de torneio) na Kings Eventos, e em 2016, liderou os dealers na primeira edição do WSOP Brasil. Hoje trabalha com o WSOP junto a Christian Scalzi (Itália) e Charlie Ciresi (EUA).
DEDICAÇÃO E LEGALIZAÇÃO
Esta executiva sempre foi muito dedicada ao poker, principalmente por saber das dificuldades que existem para uma mulher se inserir nesse seguimento. “Eu me considero um tanto quanto viciada em trabalho. Gosto muito de ‘discutir’ regras, situações de jogo, e tentar achar sempre uma melhor solução pro bom andamento dos meus torneios”, aceita. Tendo arraigada a tradição familiar do jogo de poker, e de outros jogos de cartas, ela teve contato com o baralho desde pequena. Além disso, ela diz que sempre foi muito competitiva. “Vi no poker um esporte onde homens e mulheres tinham condições iguais de evoluírem e de ser campeões”, ela segura com convicção.
Para ela, não só o poker, mas os cassinos geram em diversos países uma enorme quantidade de empregos: desde funcionários de limpeza, de cozinha, de atendimento ao cliente, até os próprios dealers ou croupiers. “Legalizar o jogo é gerar empregos em todo o país, além de fomentar o turismo e movimentar diversos outros segmentos”, ela pensa.
VIDA PESSOAL E SONHOS FUTUROS
Quando questionada sobre seus interesses fora do trabalho, ela enfatiza que o vôlei e a bicicleta são seus hobbies atuais, apesar de ser considerada baixa para o vôlei. “Em 2019, eu me organizei e voltei a treinar com um time no Rio de Janeiro. Hoje em dia treino em dupla no vôlei de praia. Adoro andar de bicicleta e bater uma bolinha”, ela felizmente indica. Sobre seu tempo livre, ela compartilha: “A pandemia veio pra mudar toda a rotina do mundo. Então, hoje eu consigo me dedicar mais à minha vida pessoal. Tenho tempo para cuidar da minha alimentação, saúde, família. Porém só aconteceu isso porque o volume de trabalho reduziu drasticamente”.
Com bastante otimismo, Fontes acha que em 2022 as pessoas já estarão vacinadas e o mercado do poker voltará a se movimentar bem. Em 2020, havia certos novos eventos programados que tiveram que ser adiados por conta da pandemia. Amanda pensa que em 2022 haverá alguns grandes eventos, nacionais e internacionais. “Torço pra que o evento da WSOP em Las Vegas volte com tudo. Este é um dos eventos que ainda tenho o sonho de conseguir conhecer e trabalhar”, ela confessa esperançosa.
Em uma linha
Um livro: “O vendedor de sonhos” (Augusto Cury, 2009)
Música preferida: Não tenho preferência. Atualmente, Anavitória, um duo musical brasileiro.
Um perfume: Bvlgari Pour Homme, by Bvlgari
Um lugar para morar: Natal, Rio Grande do Norte (Brasil)
Um lugar para veranear: Nassau/Bahamas
Uma comida: massas
Uma bebida: Coca-Cola
Um esporte: vôlei
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