Por Lorenzo Molfetta, jornalista da G&M News.
Entusiasta e trabalhadora, Gabriela Novello deixou seu país, o Brasil, há mais de uma década em busca de novas aventuras, experiências e aprendizados. A vida a levou por caminhos que jamais havia imaginado, com gratas surpresas (sendo a entrada na indústria dos jogos uma delas), mas não sem antes exigir muito esforço.
“Eu saí do Brasil faz doze anos. Vivi na África, Oceania, Ásia, Europa e América Latina, e a minha trajetória é a de uma brasileira que não tinha cidadania europeia. Então, tive que batalhar em todos esses lugares para encontrar o meu lugar”, ela rememora.
UMA VIAJANTE PELO MUNDO
Sua caminhada começou em São Paulo, estudando Administração de Empresas na Universidade Paulista (UNIP), e em seguida continuou na Angola. Lá se desempenhou como Gerente Financeira até que sentiu a vontade de novos desafios. Motivada pelo desejo de estudar inglês, desembarcou na África do Sul. Logo depois de sua experiência africana, voltou para sua terra natal para trabalhar como Analista de Desenvolvimento e Inovação num centro de pesquisas. Não durou muito tempo, já que voltou a imigrar. Desta vez, foi para terras australianas, onde continuou seus estudos e obteve um Mestrado.
Porém, a sede de conhecer novos caminhos a dirigiu e colocou na Ásia, mais especificamente na Tailândia, onde aprendeu muito com a cultura local. Finalmente, chegou à Europa com o objetivo de conseguir sua cidadania italiana. No entanto, a vida a pegou por surpresa. Ela comenta: “Vim à Europa para aplicar a minha cidadania italiana e fiquei presa por conta da pandemia. Foi uma época muito difícil”.
SEU PRIMEIRO CONTATO COM O SETOR DE JOGOS
A curiosidade, que desde criança esteve presente na Gabriela, a levou à Malta e, consequentemente, à indústria dos jogos. “Cheguei indústria dos jogos sem nenhum conhecimento. Nesse meio tempo, recebi algumas indicações de profissionais da minha cidade, no Brasil, e me apresentaram para a empresa em que estou laborando hoje, a Altenar. Foi assim que entrei nesta indústria há pouco mais de um ano e meio”. Atualmente, ela trabalha como Gerente de Desenvolvimento de Negócios.
Desde o início, ela ficou empolgada com o profissionalismo do mundo de iGaming. Isto a atraiu e fez com que se esforçasse muito desde o primeiro dia, segundo explica: “O que me faz me dedicar é saber o quão sério essa indústria trabalha. Nós temos hoje diversas regulamentações no mundo inteiro, temos stakeholders, entre outras coisas. Então isso me comoveu”.
CONSELHOS PARA OUTRAS MULHERES E HOBBIES
Ao mesmo tempo, Novello acredita que o mercado do iGaming apresenta muitas possibilidades para jovens trabalhadoras que queiram, como ela, entrar numa indústria que cada vez conta com uma maior representatividade feminina. “Meu primeiro conselho para elas seria: sinta-se à vontade com o que você está fazendo. Se interesse, pesquise, estude. Essa é uma indústria relativamente nova, então tem muito espaço para mulheres apaixonadas pelo assunto, que se dedicam em suas carreiras e que buscam um crescimento profissional”, ela manifesta.
Quanto a si mesma Gabriela revela que às vezes é difícil separar o trabalho do lazer. Apesar disso, sempre tentou manter bem balanceadas a vida profissional e a pessoal. Os hobbies e seres queridos têm um papel muito importante. “Confesso que me dedico com intensidade a minha vida profissional. Porém, tenho alguns momentos livres e gosto de pintar quadros, além de usar minha energia e tempo para os meus amigos mais próximos. Acredito que todo mundo que vive fora de seu país precisa e deveria desenvolver laços de amizade e companheirismo na sociedade em que se encontra”, ela expressa a emoção a partir de sua experiência.
PASSADO, PRESENTE E FUTURO
Olhando para trás e analisando como ela foi capaz de navegar com sucesso em seus primeiros tempos no gaming, ela conta que o networking e estar permanentemente em conexão com seus companheiros foram fatores fundamentais. “Eu acredito ser uma pessoa bastante comunicativa e expansiva. Sempre fui uma menina muito curiosa e esforçada. Eu procuro ser dirigida por resultados, e por isso creio que essa combinação me fez sobressair na indústria dos jogos”, ela admite.
Agora, com a proa do navio de sua vida rumo ao futuro, a brasileira projeta: “Nos próximos dois anos, pretendo me desenvolver cada vez mais na indústria dos jogos, além de realizar alguns sonhos que tenho, tanto profissionais como pessoais”.