Por Anamaria Bacci, jornalista e tradutora da G&M News.
Que análise você faz da recente edição online de 2021 do BIG Festival e como você a compararia com a de 2020?
Em 2021, conseguimos realizar o festival completo, enquanto em 2020 fizemos somente a parte B2B e algumas palestras. Em 2021, tivemos jogos disponíveis para serem jogados online, publishers mostrando conteúdo novo, mais de 50 estúdios finalistas falando ao vivo com público, além das reuniões de negócios, dos campeonatos de Esports e do novo portal de empregos. Mais de 70 milhões de pessoas foram impactadas e mais de 500 mil pessoas assistiram as palestras. Foi um evento bem maior!
Quais são as principais dicas que você pode compartilhar sobre o que o evento representou?
Foram mais de 2 milhões de acessos ao site (168 mil usuários únicos), 790 views das palestras, com 47 mil pessoas assistindo uma ou mais palestras, 97 influenciadores parceiros, alcance de mídia orgânica de 20 bilhões de pessoas no Brasil e no mundo, com mais de 1.100 artigos publicados. Os resultados financeiros das empresas ainda não foram computados.
Quais foram os temas que geraram maior impacto junto ao público?
As apresentações de grandes títulos, como Resident Evil, foram as recordistas de público, compreensivelmente. Mas a área de teste de jogos trouxe um público bastante forte e a nova área de lançamento e promoção de conteúdos de publishers maiores também recebeu bastante visitação. É um ótimo indicador para levarmos a área para o evento físico em 2022 (se for possível o evento físico!). A parte ampliada de criadores (palestras e ilha dos influenciadores) foi uma grande surpresa, com ótima aceitação e audiência. As palestras de devs também continuam sendo uma atração que gera uma boa resposta das pessoas.
Com a prorrogação do acordo com a Apex, há forte apoio do setor público ao segmento privado de videogames no Brasil. Qual a sua opinião sobre isso e de que forma outros países latino-americanos podem promover esse encontro entre os dois setores da economia?
O apoio à exportação é um elo fundamental pra desenvolver a indústria e a parceria consistente da Apex com o setor mostra como um investimento de longo prazo produz resultados muito palpáveis. Não conheço a situação nos outros países da América Latina, mas acredito que se deva mostrar aos governos como os países que investiram na área vêm conseguindo um ótimo resultado: Canadá, Coreia do Sul, Polônia, Inglaterra. É uma pena que no Brasil os investimentos da Ancine no setor foram interrompidos no Governo atual. Era uma ação muito importante, que simplesmente se perdeu no meio da burocracia.
Como você acha que devem ser promovidos mais espaços educacionais também para os jovens que desejam fazer carreira no setor?
Com o crescimento do setor, vai ser cada vez mais necessário o investimento em qualificação de mão de obra, não necessariamente em nível universitário, como acontece no Brasil. Acredito que cursos técnicos bem orientados, em proximidade com a associação dos desenvolvedores de jogos, funcionariam bem.
Como atrair mais investimento e apoio de patrocinadores para este setor? Que estratégias o BIG Festival usou a esse respeito?
O BIG deu um foco especial para a atração de investidores esse ano, tanto na parte de reuniões quanto na programação de palestras. Com o crescimento e a consolidação de estúdios no Brasil, é fundamental fazer essa conexão com investidores e colocar o máximo de informações disponíveis sobre quando, como e principalmente por que procurar investimentos. Além dos investidores, nos aproximamos de gestores e advogados especializados, que falaram amplamente sobre essas questões.
O que acontecerá com esse setor nos próximos dois anos? De que forma a evolução da tecnologia pode vir acompanhada de mais e melhores conteúdos e de maior geração de renda para as empresas desenvolvedoras?
É um setor muito dinâmico. Difícil de fazer previsões definitivas. Mas estamos vivendo um ótimo momento para os estúdios independentes, seja pelas oportunidades de entrada em mercados cada vez mais distantes com o apoio de publishers e parceiros que acordaram para a nossa região, seja pela necessidade crescente de conteúdos pelas lojas das grandes publishers e pelas plataformas por assinatura, que cada vez mais se afirmam como um novo modelo de negócio.
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