
Importantes delegados/as C-Level de operadoras, provedores, reguladores e associações de jogos presenciais e online na América Latina se reuniram na semana passada no G&M News Mercosul Summit para analisar conjuntamente a dinâmica do setor na região. Um extenso salão do Iguazú Grand Hotel (Puerto Iguazú, Misiones, Argentina) foi o espaço perfeito para receber mais de 70 executivos/as da indústria.
Foram organizados vários painéis e apresentações. A abertura foi dada com Analisando o Brasil: Haverá legalização dos jogos online em 2023? Com a moderação de Natalia Nogues (Sócia e CEO da Control+F5 Marketing) e a participação de Fellipe Fraga (COO da EstrelaBet) e Camilla Carvalho (Gerente de Desenvolvimento de Negócios da Pay4Fun), os assuntos da palestra passaram por pontos como “O que vai acontecer na segunda-feira, 12 de dezembro de 2022, quando expira o período de regulamentação das apostas, conforme a Lei 13.756?”, “Possíveis cenários pós-eleitorais. Lobbying e política: Bolsonaro vai mudar de ideia se vencer? O que Lula fará com o jogo online? Como suas empresas atuam no Brasil para a aprovação da lei?”, “Por que é importante se associar a empresas fornecedoras locais para atuar no mercado brasileiro conhecendo as chaves da cultura local?”, “Se a legislação avança, que oportunidades as operadoras locais e estrangeiras terão em 2023 para participar com licença neste mercado gigantesco?”, entre outros.
Em seguida, as novas tecnologias do blockchain e criptomoedas foram analisadas em uma troca valiosa que capturou a atenção dos participantes. Luis Ayestarán (Sócio Fundador da Betpertise) foi uma das primeiras vozes do painel, que destacou a importância de “educar” a sociedade para as mudanças e desafios que essas tecnologias trazem. Por sua vez, Darío Leiman (Gerente de Desenvolvimento de Negócios para a América Latina da SOFTSWISS) comentou: “O futuro será digital” e expressou que a blockchain não afetará apenas o mercado de criptomoedas. Enquanto isso, Carvalho (Pay4Fun) também aderiu a esse diálogo e confirmou que não haverá avanços legislativos sobre a aprovação do uso de criptomoedas para negócios no Brasil.
Após a apresentação detalhada e atraente Johnson Controls: 135 anos fabricando os melhores produtos do mundo em soluções de acesso e vídeo, com avanços e inovações tecnológicas, por Roberto Salas Rozas (Gerente Regional de Vendas Access-Control & Video Solutions para o Sul América Latina da Johnson Controls), os sistemas de segurança para cassinos presenciais constituíram o eixo temático do painel moderado por Pablo Dorigatti (fundador e CEO da Instalros e presidente da Cyber Analytics, Argentina). Salas Rozas descreveu todas as soluções disponibilizadas pela sua empresa para que os cassinos possam monitorizar as suas salas de forma eficiente e segura, destacando a relevância de “integrar através de uma única plataforma”. Oscar Ramírez (Gerente de Projeto de Instalros) e Aníbal Bianchini (Chefe de Monitoramento do City Center Rosario, Argentina) completaram este espaço com conceitos relevantes. Eles descreveram o processo pelo qual o City Center Rosario instalou o sistema de segurança Instalros.
Um dos momentos mais enriquecedores foi a avaliação das chaves para a regulação do jogo no Mercosul, com excelente trabalho do moderador Tomás Enrique García Botta (Sócio do MF Estudio), diante de um público envolvido e participativo com suas consultas. Edgar Pérez, Administrador Geral do Instituto de Assistência Social, IAS, de Formosa, Argentina, falou sobre o trabalho contínuo de sua organização em prol do setor e da comunidade. Relativamente à possibilidade de um jogo online abrangente na sua jurisdição, salientou a necessidade de criar condições que proporcionem as operadoras um quadro de segurança para a evolução do mercado. Enquanto Jonathan Félix Vilchez, Gerente Regional de Desenvolvimento de Negócios para América Latina da SOFTSWISS, considerou a recente aprovação da lei de jogos online no Peru, que prevê um marco regulatório “que permitirá, além dos locais, que outras empresas internacionais operem no mercado com termos e condições claros”. Finalmente, Santiago Cortabarría, Diretor de Sistemas do IPLyC da Província de Buenos Aires, estabeleceu as diretrizes em que o setor de iGaming está se desenvolvendo em seu território e disse que é fundamental que na Argentina continue o debate pela legalização desta atividade em outros províncias.
Mais tarde, foi a apresentação sobre poker online, pelo experiente Manuel Jiménez, Gerente de Vendas LatAm da EvenBet Gaming, que destacou esta vertical como um elemento essencial para diversificar a oferta e estimular o rendimento das operadoras. Enquanto isso, Fernando Ribeiro, Cofundador e Sócio da Aposta.la, Paraguai, e CEO da SysGaming, afirmou que os conteúdos de uma plataforma devem ser totalmente integrados, permitindo que os usuários acessem apostas esportivas, cassino online, bingo e poker. Por sua vez, Elizabeth Maya Cano, Presidenta da Cornazar, Colômbia, refletiu sobre os desafios futuros dos empresários que compõem sua entidade para avançar uma proposta atraente de jogos online, sendo o poker uma das opções preferidas dos apostadores.
A menos de dois meses do início da Copa do Mundo no Catar, o universo das apostas esportivas foi outra questão aprofundada no encontro. Juan Barrachina, Diretor Comercial de Kambi, moderou este painel com quatro protagonistas destacados. Ribeiro (Aposta.la) disse que não devemos esquecer o jogador tradicional e adicioná-lo a esta modalidade, num mercado em constante evolução. Pablo González, Gerente de Vendas da DataFactory, sugeriu “incorporar conteúdo automático para casas de apostas, que não podem patrocinar nas redes sociais”. Enquanto Matías Tapia Gómez, Gerente de Desenvolvimento de Negócios para América Latina da Altenar, destacou o grande número de novos usuários, que geram um volume significativo de moeda estrangeira na atividade. “Hoje, as dificuldades econômicas tornam a Argentina um mercado não tão atraente para investir, mas espero que isso mude”, concluiu Guillermo Cuccioletta, Gerente de Marketing da bplay, Grupo Boldt, Argentina.
No final do dia, Román Frymer, Gerente de Conteúdo da G&M News, liderou o painel sobre associações de jogos na América Latina. Da Colômbia, a já mencionada Maya Cano (Cornazar) selecionou a Responsabilidade Social Corporativa como fator fundamental para desenvolver uma estratégia social, ambiental e econômica para as empresas. “Na ASOJUL, nossa bandeira é a capacitação de compliance officer e acompanhar companhias para desenvolver o sistema de prevenção de riscos e listas de sinais de alerta, tipos de riscos, que auxiliam na construção de manuais de ética. Os valores de honestidade, transparência, respeito e cumprimento das regras e integridade não podem ser perdidos”, afirmou Jhon Mario Giraldo, presidente do Conselho de Administração da Cornazar. Reconhecendo algumas deficiências a esse respeito em seu país, Lorena Rojas, presidente da APOJA, Paraguai, comentou: “Nossos objetivos são alcançar o acesso ao sistema financeiro, dentro de uma nova lei que estabelece a rastreabilidade, e facilitar o uso de tecnologia moderna por meio de uma aliança estratégica da indústria local. Também é preciso avançar em uma nova lei do jogo que regule de forma clara o segmento online”.
Ficou evidente que, nesse dialogo entre palestrantes e participantes, foram consideradas propostas para aplicar as melhores práticas de negócios para estimular o progresso da indústria em nível regional. No dia seguinte, quinta-feira, 1º de setembro, os/as executivos/as dessas empresas sentaram-se para discutir e fechar negócios em mesas redondas e momentos de networking.